Polícia

VG: megaoperação esvazia presídio do Capão Grande

Otmar de Oliveira

Megaoperação, que se estendeu por cinco horas e avançou na madrugada desta segunda-feira (6), resultou na transferência de 318 detentos do Centro de Ressocialização de Várzea Grande, popularmente conhecido como cadeia do Capão Grande.

A unidade foi temporariamente desativada menos de 24h após o registro de mais uma fuga, quando pelo menos oito presos de uma cela com mais de 20 saíram após fazer um buraco em uma das paredes.

Três deles continuavam foragidos. No momento da fuga, seis agentes prisionais eram responsáveis pela guarda de 320 detentos de alta periculosidade, ligados ao tráfico de drogas e líderes da Facção Primeiro Comando da Capital (PCC). A operação, que mobilizou grande efetivo da Secretaria de Estado e Segurança Pública (Sesp), iniciou por volta das 22h do domingo e encerrou às 3h de ontem, quando os presos cruzaram os cerca de 30 quilômetros até a nova ala, instalada em anexo da Penitenciária Central do Estado (PCE), na Capital.

O efetivo total empregado não foi informado pela Sesp. Em março, o juiz da 2ª Vara Criminal de Cuiabá, Geraldo Fidelis, determinou a interdição parcial da unidade, atendendo pedido da Defensoria Pública, dando prazo de 120 dias para a remoção dos reeducandos. Entre os motivos apontados estavam a superlotação de 160% do espaço que mantinha 318 homens em espaço físico destinado a 192.

Conforme o defensor público do Núcleo de Execução Penal, André Rossignolo, correição realizada na unidade em 2023 mostrou que as condições de manutenção do prédio são uma afronta ao princípio da dignidade humana. A precariedade do prédio é reforçada pelo secretário de segurança, César Augusto Roveri, que disse que em visita à unidade constatou que uma passarela sobre os muros estava praticamente desabando.

A Cadeia do Capão foi inaugurada em 2002, tendo mais de 20 anos e cerca de 15 mil metros quadrados. Roveri assegurou que o espaço será reformado, recebendo uma nova ala com mais de 400 vagas. No entanto, não dá previsão sobre custos, início e término da obra. Disse que depende da apresentação de projetos executivos para o estudo.

Mas o objetivo da Sesp seria trazer novamente os detentos para o espaço. A unidade é a única do estado que abriga faccionados do PCC, rival do CV, que é predominante em Mato Grosso.

A Gazeta

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Foto: Otmar de Oliveira

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