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STTRR tumultua transição e quem perde é o usuário do transporte coletivo com uma greve ilegal

Em ano eleitoral tudo pode acontecer e só pra não fugir à regra, o povo sempre vira massa de manobra. Uma situação escancarada que pode muito bem exemplificar isso é o que está acontecendo com os trabalhadores do transporte coletivo de Rondonópolis. É sabido por todos que por falta de interesse de outras empresas, a Cidade de Pedra vem, a duras penas, sobrevivendo com a concessão do transporte público no município. Porém, é sabido também que mesmo diante da renovação, por diversas vezes, desse contrato entre empresa e município, a ideia sempre foi de que o poder público iria assumir total domínio sobre o transporte coletivo. Esse domínio teve início em meados de 2022, quando então foi criada pela prefeitura a Autarquia Municipal do Transporte Coletivo (AMTC), inclusive com a aquisição de 50 ônibus, que meses depois foram cedidos para a empresa (colocados pra rodar). E desde então também ficou de forma bastante explícita que uma vez vencendo o contrato da empresa Cidade de Pedra com a prefeitura, em 31 de janeiro de 2024, algumas mudanças se fariam necessárias para que a municipalidade pudesse assumir de forma plena o transporte coletivo. Uma dessas mudanças foi a abertura de licitação pública, com a participação de cooperativas para a terceirização da mão-de-obra. Entre as 18 participantes, a Coopservise ganhou por menor valor. O próximo passo seria então a contratação, via terceirizada, dos motoristas para colocar em funcionamento as 26 linhas que atendem os diversos bairros da cidade. Uma das opções da terceirizada foi contactar os cerca de 150 motoristas que já atuavam através da Cidade de Pedra, na tentativa de trazê-los, se não na totalidade, a maioria, para o novo formato de contrato de trabalho – A Cidade de Pedra fará a recisão de contrato com todos eles. Num primeiro momento estava dando certo, foi quando o sindicato que representa a categoria resolveu tumultuar a vida de todos, inclusive dos motoristas. Até quem já havia dado início na migração do sistema de trabalho, mudou de ideia. Foi feita uma verdadeira lavagem cerebral nesses trabalhadores que hoje entendem que serão tolhidos em seus direitos caso haja a migração. Vale ressaltar que nenhum deles é obrigado a aceitar o vínculo com a cooperativa, o mercado de trabalho está aberto e sempre surge uma vaga nova. Porém, não se sabe por que, o presidente do sindicato que representa a categoria não coloca a situação para esses trabalhadores de forma tão natural como a realidade é. Qual seria o verdadeiro interesse desse líder sindical em tumultuar uma transição natural como a rescisão de contrato de trabalho em uma empresa e a procura por uma nova vaga no mercado? Há quem diga que esse mesmo sindicato, com a demissão dos cerca de 150 motoristas da Cidade de Pedra – todos eles sindicalizados – sofrerá uma baixa em seus cofres em torno de R$30 mil mensais. Seria esse o pivô para tamanha anarquia? Não há outra explicação, inclusive observando a carta de exigências apresentada por esse mesmo presidente de sindicato, quando condições absurdas são sugeridas diante da mudança no formato de contratação. Um desses absurdos é exigir que a cooperativa assine a carteira dos motoristas. Todos sabem que cooperado não é regido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Outra ideia estapafúrdia, colocada nesse mesmo requerimento, é que a cooperativa eleja o sindicato dele como representante legal dos motoristas. Cooperado não é sindicalizado. Aliás, até o trabalhador com carteira assinada só colabora com o sindicato de sua classe, se assim tiver interesse. Diante de tudo isso só podemos acreditar que, primeiro: esse líder sindical está buscando crédito para as eleições de outubro, se não pra ele, pra alguém que ele vai apoiar Segundo: quem não está aceitando a migração no sistema de contrato de trabalho é ele, porque vai perder uma graninha no cofre do sindicato. Enquanto isso fica usando os trabalhadores, tentando vender terreno no céu.

Da redação

 

One thought on “STTRR tumultua transição e quem perde é o usuário do transporte coletivo com uma greve ilegal

  • JANIO VEIGA

    Que absurdo, caro Articulista!
    Se o Sindicato perde pela mudança de regime de seus associados, porque deixarão de ser sindicalizados, pois passarão a ser cooperados. Por outro lado, como cooperados, os motoristas perderão direitos, pois serão manipulados e não verdadeiros cooperados. Como cooperados deveriam ter direito à justa participação nos lucros da empresa de transporte urbano. NÃO, não desvalorize o meio de defesa do trabalhador. Você, como jornalista ou repórter é também trabalhador. E eu te pergunto: você já se sindicalizou??? Defenda os seus direitos! E não coloque pedras no caminho de quem defende os seus! Não enfraqueça mais os mais fracos. Ou você acha que o grande empresariado do transporte não tem seus sindicatos, suas representações? TRABALHADORES, DEFENDAM SEUS DIREITOS! SINDICALIZEM-SE JÁ!!!

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