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SP: clínica em que mulher trans fazia cirurgia não tinha aval dos Bombeiros


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Lorena Muniz, de 25 anos, estava sedada em sala de cirurgia quando incêndio começou em clínica
Reprodução/ Instragram

Lorena Muniz, de 25 anos, estava sedada em sala de cirurgia quando incêndio começou em clínica

Na madrugada de segunda-feira (22), Lorena Muniz, mulher trans de 25 anos, morreu enquanto realizava uma cirurgia de colocação de silicone , após um incêndio atingir a clínica em que realizava o procedimento, no centro de São Paulo . O Hospital das Clínicas (HC), na Zona Oeste da cidade, não possuía permissão do Corpo de Bombeiros para funcionar. As informações foram apuradas pelo G1. 

De acordo com as informações do comunicador Washington Barbosa, marido da vítima, Muniz se encontrava sedada quando as chamas tiveram seu início e foi deixada para trás pela equipe. Com isso, ela inalou fumaça, ficou inconsciente por sete minutos e só depois foi socorrida. Porém, o advogado da clínica Saúde Aqui, declara que não houve omissão de socorro. 

O Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros ( AVCB ), é um documento que assegura que a construção tenha os devidos equipamentos para combater um incêndio , quando necessário. Quando chegado no sistema dos bombeiros, a clínica não aparece como auto vistoriado. 

Por meio de nota, a vigilância sanitária da capital afirmou que o local possui uma licença para realização de procedimentos médicos-cirúrgicos de pequeno porte com o uso de anestesia geral. Mas, na nota não foi especificado se o tipo de cirurgia efetuada em Lorena Muniz fazia parte dos procedimentos de pequeno porte. Segundo a prefeitura local, a unidade de vigilância em saúde da região está investigando o caso. 

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Daniel de Santana Bassani, advogado da unidade clínica, disse que o local sempre funcionava de maneira normal e que os funcionários já eram treinados para lidarem com esse tipo de acontecimento.  

“Tinha treinamento pra lidar com este tipo de situação, tanto que eles evadiram as pessoas e, quando tentaram retornar, não conseguiram. Havia dois auxiliares de enfermagem que tentaram retirar a paciente, mas na esquina vinha vindo uma viatura e ela já interveio pra que eles não entrassem lá, e aguardassem o Corpo de Bombeiros. Nós tentamos fazer de tudo pra retirar a paciente, mas os policiais militares, de forma coerente, não permitiram que fosse retirada por pessoas que não tinham a capacidade pra isso. Os bombeiros entraram e retiraram”, declarou Bassani. 

A vítima veio de Recife até São Paulo com o intuito de realizar a cirurgia de silicone. Segundo o relato do marido de Muniz, o ar condicionado da clínica começou a pegar fogo e todos os funcionários saíram do local deixando Lorena sedada na sala cirúrgica. Até o momento, a causa de sua morte não foi divulgada. A Polícia Civil está envolvida nas apurações pela 1º DP (Sé), por meio de inquérito policial e foi registrado como incêndio como lesão corporal culposa

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública apontou que “testemunhas foram ouvidas e laudos periciais estão em andamento para determinar as causas do incêndio, e se houve negligência dos profissionais da clínica no resgate de pacientes”. Um boletim, relatando a causa do óbito, deve ser adicionada ao inquérito policial quando concluído. 

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