Polícia

Sorriso/ Quatro membros de uma família são detidos por suspeita de manter idosa em cativeiro enquanto filha desviava dinheiro

História revela um contexto sombrio de apropriação indevida e desacato às autoridades. Justiça será feita.

NoneEm Sorriso, uma situação extremamente preocupante e lamentável envolvendo quatro membros de uma mesma família tem causado indignação. Na quarta-feira passada, essas quatro pessoas foram detidas pelas autoridades locais devido ao descumprimento de uma medida protetiva que havia sido estabelecida em favor de uma idosa de 82 anos, moradora da região, além de serem suspeitas de atrapalhar deliberadamente a ação dos agentes da assistência social e até mesmo de realizar denúncias caluniosas.

O caso torna-se ainda mais chocante quando se descobre que uma das suspeitas é a própria filha da idosa. Segundo informações da Polícia Civil, essa filha se apropriou indevidamente de uma quantia significativa de dinheiro, nada menos que R$ 175 mil, que pertenciam à sua mãe. Ela teria conseguido isso ao pegar os cartões bancários da idosa e passar a movimentar sua conta bancária sem qualquer tipo de autorização ou consentimento.

A situação revela um cenário de completo desrespeito às medidas de proteção destinadas à idosa e, de maneira ainda mais alarmante, a apropriação inaceitável dos recursos financeiros da mãe. A Polícia Civil, ao investigar minuciosamente o ocorrido, descobriu que essa situação envolve não apenas a quebra das medidas de proteção, mas também a suspeita de obstrução às atividades dos agentes da assistência social, incluindo denúncias falsas, uma série de ações inaceitáveis que merecem uma resposta da justiça.

A situação chegou a um ponto em que as autoridades locais tiveram que intervir para garantir a segurança e bem-estar da idosa. Isso envolveu a prisão dos quatro membros da família, que, na delegacia, chegaram ao ponto de desacatar os agentes responsáveis pela aplicação da lei.

Em agosto, a idosa tomou a corajosa decisão de procurar a Delegacia de Sorriso para solicitar medidas de proteção em relação à sua filha e seu genro, que, na época, residiam na mesma casa que ela. A idosa relatou um cenário alarmante de importunação sexual por parte do genro e a existência de um sério problema com drogas envolvendo ambos. Além disso, ela revelou que sua filha havia começado a se apropriar indevidamente dos valores de sua pensão e aposentadoria, utilizando esse dinheiro em seu benefício próprio. Essas ações incluíam até mesmo a retenção de documentos e cartões de crédito da idosa.

As medidas protetivas foram prontamente estabelecidas para garantir a segurança da idosa. A decisão da justiça foi clara: o genro, a filha, o neto e a esposa deste último deveriam manter uma distância segura da residência da idosa e evitar qualquer tipo de contato com ela. Tudo isso visando garantir a segurança e o bem-estar da idosa.

Entretanto, em 30 de agosto, uma equipe do Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) realizou uma visita de acompanhamento à idosa. Para surpresa de todos, eles descobriram que um dos quartos da casa estava sendo ocupado pela filha e o marido dela, uma clara violação das medidas protetivas que haviam sido estabelecidas anteriormente. A idosa revelou que não consentiu com o retorno deles à sua residência e preferiu se calar para evitar conflitos familiares ainda mais graves.

A situação se tornou ainda mais tensa quando a esposa do neto da vítima reagiu de forma extremamente agressiva à presença da equipe do Creas, acusando a idosa de ser mentirosa e fingida. O neto da idosa também adotou uma postura intimidadora.

Posteriormente, o neto levou sua avó à delegacia, onde a influenciou a registrar um boletim de denúncia caluniosa, no qual afirmava que ela não havia sido importunada sexualmente e que não havia sofrido violência patrimonial por parte de sua filha e do marido desta. Além disso, ele a incentivou a pedir a retirada das medidas protetivas que haviam sido estabelecidas.

A delegada Jéssica Assis, ao tomar conhecimento do caso e considerando as informações fornecidas pelo relatório da equipe de assistência social, decidiu tomar medidas imediatas. A delegada conduziu uma diligência na casa da idosa para verificar a situação. Nesse momento, a vítima confirmou integralmente os relatos feitos no início do processo, reforçando as agressões sofridas, tanto de natureza sexual quanto a apropriação irregular de seus recursos financeiros.

Na delegacia, a idosa teve a oportunidade de relatar com tranquilidade os episódios em que sua filha a impediu de acessar seus cartões pessoais. Quando solicitava ajuda, a filha alegava que sua mãe não sabia como usá-los e, em vez disso, realizava compras em benefício próprio.

Mais chocante ainda foi a descoberta de que, após conseguir uma segunda via de um dos cartões bancários da idosa, a filha havia gasto quase todo o dinheiro disponível. Isso incluiu um valor substancial recebido em forma de empréstimo no final do ano passado. A Polícia Civil verificou documentos que confirmaram a transferência desses recursos para a conta da suspeita.

A situação se agravou durante o interrogatório da vítima, quando sua filha e genro compareceram à delegacia. Nesse momento, receberam voz de prisão pelos seguintes crimes: descumprimento de medida protetiva, obstrução da atuação de agentes fiscalizadores e desacato às autoridades.

Diante dos fatos, a delegada Jéssica Assis esclareceu que o contexto apurado na investigação é altamente indicativo de um esforço coordenado de toda a família para manipular e silenciar a idosa, uma pessoa vulnerável que deveria contar com o apoio e proteção de seus familiares, mas que infelizmente foi vítima de abuso e maus-tratos por parte dos que deveriam cuidar dela.

Esse caso reforça a importância da atenção às pessoas idosas e da pronta resposta das autoridades quando se trata de garantir sua segurança e bem-estar. A justiça está empenhada em assegurar que situações como essa não fiquem impunes, e que os responsáveis sejam devidamente responsabilizados pelos seus atos.

Por mais doloroso que seja, é crucial destacar histórias como essa para conscientizar a sociedade sobre a importância da proteção dos idosos e para mostrar que a justiça está atenta às situações de abuso e negligência. É um lembrete para todos nós cuidarmos das pessoas mais vulneráveis em nossa sociedade.

 

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