Nacional

Sergio Moro chega à PF para depor em inquérito sobre Bolsonaro

Ex-ministro acusou o presidente de tentar interferir politicamente na Polícia Federal e de pedir relatórios de investigações

O ex-ministro da Justiça Sergio Moro chegou à superintendência da Polícia Federal em Curitiba, neste sábado (02/05), para depor sobre as acusções que fez contra o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), de tentativas de interferir politicamente na instituição e de exigir relatórios de investigações em andamento.

Moro chegou ao prédio da superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, por volta das 13h15, segundo o site Banda B, parceiro do Metrópoles. Ele estava em uma das três viaturas da PF que foram buscá-lo em casa, de acordo com o que já havia sido previamente combinado.

Dois delegados do Serviço de Inquéritos Especiais (Sinq), grupo que investiga inquéritos que correm no Supremo Tribunal Federal (STF), e procuradores da equipe do procurador-geral da República, Augusto Aras, também participarão.

Na última quinta-feira (30/04), o relator do caso, ministro Celso de Mello, determinou que Moro fosse ouvido pela PF em até cinco dias.

Em entrevista à revista Veja, Moro afirmou que apresentará ao STF as acusações que fez contra o ex-chefe e disse que “o combate à corrupção não é prioridade do governo”.

Ao anunciar a saída do governo, motivada pela exoneração do ex-diretor-geral da PF Maurício Valeixo, seu homem de confiança, Moro avisou: “O presidente queria alguém para ligar, colher informações, colher relatórios de inteligência. Isso não é papel da Polícia Federal”.

O presidente reagiu e, no mesmo dia, disse que o então ministro da Justiça teria condicionado a troca de Valeixo por Alexandre Ramagem, delegado íntimo da família Bolsonaro, por uma cadeira no STF.

Momento oportuno

“Reitero tudo o que disse no meu pronunciamento. Esclarecimentos adicionais farei apenas quando for instado pela Justiça. As provas serão apresentadas no momento oportuno, quando a Justiça solicitar”, ressaltou o ex-juiz à revista.

Sobre a divulgação de mensagens trocadas com a deputada federal Carla Zambelli, de quem foi padrinho de casamento, Moro disse à revista que não gostou de tomar tal atitude, mas o fez para se defender.

“As apresentei única e exclusivamente porque, no pronunciamento do presidente, ele afirmou falsamente que eu estava mentindo. Embora eu tenha um grande respeito pelo presidente, não posso admitir que ele me chame de mentiroso publicamente. Ele sabe quem está falando a verdade. Não só ele. Existem ministros dentro do governo que conhecem toda essa situação e sabem quem está falando a verdade”, disse.

Fonte: Metrópoles/site parceiro

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