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Rio: versão de PMs presos por matar jovens é desmentida por prefeitura; entenda


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Abordagem violenta causou a morte de jovens em Belfort Roxo, no Rio de Janeiro

Uma informação da Prefeitura de Belford Roxo, fornecida a pedido do Extra, desconstrói parte da versão apresentada pelo  policiais militares presos acusados de terem matado dois jovens no município na madrugada do último sábado. A assessoria de imprensa do órgão negou que a mãe do soldado Jorge Luiz Custódio tenha dado entrada no hospital municipal da cidade entre a noite da última sexta-feira, dia 11, e a madrugada de sábado.

Em depoimento na Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), o s oldado Custódio e o cabo Julio Cesar Ferreira dos Santos alegaram que, na madrugada do crime, saíram da área de patrulhamento de ambos porque foram até a unidade de saúde. Custódio alegou que “recebeu ligação no sentido de que sua mãe tinha passado mal e estava no hospital municipal de Belford Roxo”. A versão foi confirmada pelo colega.

Os policiais alegaram que, quando voltavam do hospital, passaram pela Rua Margem Esquerda, no bairro Vila Mercedes, em Belford Roxo. Na via, abordaram os amigos Jhordan Luiz de Oliveira Natividade e Edson de Souza Arguinez, que estavam em uma moto.

Os PMs afirmam que os rapazes foram liberados logo em seguida, mas a versão não convenceu a Polícia Civil . Os militares foram presos em flagrante suspeitos de assassinarem os jovens, que apareceram mortos a cerca de oito quilômetros de distância do local da abordagem.

Na segunda-feira (14), o delegado Uriel Alcântara, titular da DHBF, solicitou à Justiça autorização para ter acesso ao celular dos PMs presos. Foi pedido ainda que os investigadores tenham acesso a todo conteúdo que tenha sido apagado dos aparelhos, mas que haja possibilidade de recuperação dos dados, como fotos, vídeos e mensagens de redes sociais.

O delegado também solicitou a quebra de sigilo de dados para acessar a lista de ligações efetuadas e recebidas pelos policiais , além de informações das estações de rádio-base (ERBs) utilizada pelos PMs para fazer e receber ligações. Com esses dados, a DH quer saber se os militares falaram com outras pessoas durante e após a abordagem, além de refazer o percurso feito por eles.

Na delegacia , o cabo Julio Cesar permitiu que os investigadores tivessem acesso ao seu celular que foi apreendido. Já Custódio não permitiu, por isso foi pedida autorização judicial.

O Extra procurou as defesas dos PMs para comentarem a informação de que a mãe de Custódio não foi atendida no hospital municipal de Belford Roxo, mas os advogados não foram localizados.

Os dois PMs foram presos em flagrante no sábado após os corpos dos amigos terem sido encontrados. Os familiares das vítimas que conseguiram acesso a imagens da câmeras de segurança mostrando que os rapazes tinham sido abordados pelos PMs antes de aparecerem mortos. O cabo Julio Cesar e o soldado Custódio não registraram a abordagem aos jovens na delegacia e nem no 39º BPM ( Belford Roxo ), onde são lotados.

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