Opinião

REAÇÃO Á BARBÁRIE DOS ESTUPRADORES

Por Paulo Mattos

 

Não estavamos mais acostumados a ver manifestações autênticas e partidas do seio do próprio povo para defender os reais interesses da sociedade brasileira, como passou a ocorrer ontem em todo país, contra a desumanidade e barbárie que significa o PL 1904, aquele que pune mulheres e crianças por uma gravidez indesejada e concebida a partir de um crime hediondo, o estupro.
As manifestações que se verificaram em São Paulo, Brasília e outras grandes cidades do Brasil, lideradas por mulheres conscientes e preparadas para discutir o seu espaço e seus direitos na sociedade brasileira, é o começo de uma inanição que se verificava na sociedade brasileira, parece que desacostumada a realizar grandes atos em defesa dos verdadeiros interesses sociais e que permitam anular as ações que destroem a sociedade e são contra os interesses reais e necessários do povo brasileiro.
Lutar contra essa PL dos Estupradores é uma medida que vem de encontro aos interesses do povo brasileiro, da cidadania; é uma demonstração clara de que as mulheres brasileiras, coadjuvadas por nóss, homens democratas e conscios dos direitos e deveres do ser humano, estamos atentos às canalhices ofensivas e ilegais, inconstitucionais que surgem dos esgotos fétidos que permeiam a Câmara Federal, composta por fundamentalistas machistas, misóginos, homofóbicos e comprometidos apenas com os holofotes midiáticos e a opinião selvagem e irreponsável dos manipuladores das redes sociais. Nunca com os verdadeiros e plenos interesses de nossa sociedade.
As mulheres livres, democráticas, responsáveis, inteligentes e conscientes dos seus direitos, deveres e obrigações, que suplantam em muito os interesses desqualificados das lideranças políticas fundamentalistas e irresponsáveis homiziadas na Câmara Federal, dão o primeiro e importantíssimo grande passo na vigilância de ações e procedimentos desses homens públicos que tentam legislar ao arrepio da lei e impondo humilhações e penalidades às vítimas de um dos crimes mais brutais da humanidade, que é o estupro.
Querem penalizar as vítimas duas, três, quatro vezes, desde que essa penalização justifique a ação criminosa perpetrada pelos autores do delito hediondo, muitos deles subscritores da famigerada PL 1904.
Não à PL 1904, não à Bancada Evangélica do Estupro, não ao Canastrão Conivente com o Estupro, Não a Arthur Lira e seus comparsas.
Pela vida serena, plena, que seja concebida a partir do amor e da vontade expressa dos envolvidos, nunca pela violência, desrespeito e sujeição à força da mulher.
Essas manifestações originarão outras que devem ser produzidas no Brasil para desmontar a farsa e as mentiras patrocinadas pelos fundamentalistas que tentam tranformar o Brasil na República Evangélica dos Ayatollahs.

 

 

PAULO MATTOS É Formado Perito Criminal pela Academia de Polícia Civil do Paraná. Foi Escrivão de Polícia Civil da Secretaria de Segurança Pública de Mato Grosso. Professor da Academia de Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso. Trabalhou como Assessor Parlamentar, na Câmara Municipal de Cuiabá. Tem artigos publicados em vários jornais, como O Estado de Mato Grosso (extinto), O Dia (Extinto), Diário de Cuiabá, A Gazeta, dentre outros. Analista político cuiabano, defensor ferrenho dos costumes e tradições de nossa terra.

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