Internacional

Podemos ter um Papa negro?

A resposta é “sim”. O catolicismo tem se expandido na África.

Por Vanda Célia

O Vaticano, dividido entre cardeais conservadores e progressistas, certamente já prepara os trâmites para a sucessão de Francisco, desde que ele ficou doente e foi internado em 14 de março deste ano.

Como aqueles que se informam sobre o Vaticano, ou quem viu o filme —que concorreu ao Oscar— sobre os bastidores da política no mundo católico, a escolha cabe ao “Conclave”, colegiado composto por Cardeais com menos de 80 anos.

Existem cerca de 220 cardeais no mundo, mas cerca de 120 deles têm menos de 80 anos de idade e, portanto, estão aptos para fazer a escolha. Eles se reúnem e, quando decidem, enviam ao mundo sinais de fumaça branca.

Podemos especular quem será entre os mais cotados no momento. Segundo o Catholic Herald, jornal mensal católico de Londres, há candidatos fortes para a sucessão, como o conservador filipino Luis Antonio Tagle.

O Catholic Herald também aponta outros nomes, como o cardeal italiano Pietro Parolin, atual secretário de Estado do Vaticano considerado “moderado” nos bastidores. E os cardeais Marc Ouellet, do Canadá, Peter Erdö, da Hungria, e Matteo Zuppi, da Itália.

Entre os principais cotados está ainda o cardeal Fridolin Ambongo, que preside o Simpósio das Conferências Episcopais da África e Madagascar. Acho que será ele, um Papa Negro, da República Democrática do Congo.

Por que a aposta em Fridolin Ambongo? O catolicismo cresce na África, o continente mais pobre do universo e do metaverso. Ali estão, lamentavelmente, os 10 países com o menor PIB per capita e as últimas posições no Índice de Desenvolvimento Humano, IDH.

Em meio a tanta dor, acredito que a Igreja só tem um caminho: ser porto seguro de conforto e esperança. Até para honrar o legado de Francisco, o papa que deu prioridade aos pobres e, com isso, renovou a importância do catolicismo.

*Vanda Célia é jornalista.

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