Geral

Osmar Roberti: Rondonópolis perde mais um de seus valorosos pioneiros

Rondonópolis perdeu mais um de seus valorosos pioneiros. Faleceu no dia de ontem (16/10), Osmar Roberti, o “seo Osmar da Água”, um ser humano formidável de uma humildade peculiar e que muito contribuiu com o desenvolvimento da nossa cidade, tendo chegado aqui em 1957.
Osmar Roberti deixa duas filhas, Élida Roberti e Elisângela, netos e demais familiares uma grande quantidade de amigos conquistados ao longo de sua vida.
Abaixo depoimento do Osmar Roberti, copilado do livro “Memórias Vivas de Rondonópolis” do escritor rondonopolitano Roberto Barcelos.
OSMAR ROBERTI – “Nasci em Pirajuí – SP, em 1938. Perdi meu pai com sete anos de idade e aos dezessete eu já era arrimo de família. Nessa época, surgiram lá em São Paulo os comentários sobre a cidade de Rondonópolis. Dizia-se que Rondonópolis seria uma cidade muito boa, próspera, onde correria muito dinheiro e etc. Então, nós viemos para cá: eu, minha mãe, minha irmã, tios, tias, meus avós e mais a família do Sr. Joaquim Oliveira, que já estava aqui. Viemos com umas quatro ou cinco mudanças em cima de um caminhão FNM. Foram oito dias de viagem. Chegando aqui, fomos para a lavoura, ali na mata grande plantar café. Nessa época já existia a ponte lá da BR 364. A cidade era da Rua Poxoréo voltando para o cais no Rio Vermelho nas Avenidas Marechal Rondon e Amazonas. Em 1962, já enjoado de puxar enxada, vim para a cidade e fui trabalhar como porteiro no Hotel Luzitano por uns três meses. Depois, graças à intercessão do meu amigo Sidney Marques, fui admitido pela prefeitura na gestão do Dr. Luthero Lopes, para trabalhar na bomba d’água que abastecia a cidade. Essa bomba d’água era um poço ali no início da Rua Arnaldo Estevan, próximo ao Rio Arareau, e mandava água lá para caixa d’água na Avenida Ponce de Arruda, próximo à Rua Dom Pedro II, que distribuía água para toda a cidade. Em 1969, criou-se uma autarquia municipal controlada pela Fundação SESP (Serviço Especial de Saúde Pública), um órgão federal, e nós continuamos trabalhando lá. Depois, em 1975/76, a Fundação entregou esse serviço para a SANEMAT, onde trabalhei até me aposentar em 1997. Em 1962, quando eu comecei nesse ramo, aqui só haviam 250 ligações de água encanada. A cidade ainda era muito pequena. Na esquina da Avenida Marechal Rondon com a Arnaldo Estevan havia um barracão coberto de palhas, onde os índios ficavam bebendo cachaça e atentando a noite inteira. Eram pequenas propriedades de pequenos produtores, que cultivavam roça de toco. Aqui havia apenas dois caminhões, um era do Sotero Silva e o outro do Yoshiro Kawatoko, que puxavam a produção das roças. Onde é hoje a garagem da Viação Motta, tinha uma mata de onde brotava uma nascente de água que corria pela Rua Fernando Correa da Costa, passava onde é a Telemat e ia desagu,ar no Rio Arareau. Era um pequeno córrego que começava a correr no mês de outubro e ia até o mês de maio. Eu gosto demais dessa cidade; sinto-me feliz aqui. Digo que sou paulista de Rondonópolis”.
Texto copilado do livro “Memórias Vivas de Rondonópolis”. 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *