Opinião

OS NEGROS NOSSOS IRMÃOS

Por Paulo Mattos

“Desafios para a valorização da herança africana no Brasil”, tema da redação de ontem no Enem mexeu com a sociedade brasileira e em todos os aspectos analíticos de um tema bastante atualizado e que, sinceramente, ainda sangra em nossa sociedade, na medida que não reconhecemos o valor do negro em nossa sociedade, não reconhecemos os seus direitos, oprimimos diriamente, não lhes damos as condições de vida social, política e econômica dignas de seres humanos iguais, num país que se diz democrático e respeitador dos direitos humanos..
Os negros vieram para o Brasil nas condições mais degradantes que se pode pensar no tratamento de seres humanos; retirados compulsoriamente de suas nações, de seus países, de suas raízes físicas, de ancestralidade e de vivência foram obrigados a vir para um local que sequer era país, ainda em fase de formação pelos conquistadores portugueses, que promoveram, responsáveis por orgnizar politica, social e economicamente aquela que seria a Nação Brasileira.
Ainda que vivendo nas piores e mais degradantes condições humanitárias que se possa ter notícia numa civilização, os negros, aqueles que conseguiram sobreviver às viagens marítimas, se ajustaram à nova terra, submissos aos seus conquistadores e obedientes às suas ordens e castigos físicos humilhantes e desnecessários, subjugando-os moralmente e tentando estraçalhar com as suas personalidades.
Mesmo assim esse povo heróico soube se valorizar, ainda que nos quilombos, nas senzadas, em seus grupamentos sociais, digamos assim, e não deixou morrer aqui no exílio forçado os traços marcantes de suas personalidades, de sua rica vida cultural, e deixam-nos traços marcantes como a alimentação, o teatro, a literatura, a música, os seus costumes, todos incorporados à vida brasileira hoje, fazendo parte intregrante de nossos costumes e mesmo de nossa história.
Evidentemente que esse tema mexe com todos nós, com nossas culpas, com nossos sentimentos de impotência, mas também com nosso amor a esses irmãos tão incompreendidos e massacrados por uma sociedade injusta, preconceituosa, racista e perversa.

 

PAULO MATTOS – É Formado Perito Criminal pela Academia de Polícia Civil do Paraná. Foi Escrivão de Polícia Civil da Secretaria de Segurança Pública de Mato Grosso. Professor da Academia de Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso. Trabalhou como Assessor Parlamentar, na Câmara Municipal de Cuiabá. Tem artigos publicados em vários jornais, como O Estado de Mato Grosso (extinto),

O Dia (Extinto), Diário de Cuiabá, A Gazeta, dentre outros. Analista político cuiabano, defensor ferrenho dos costumes e tradições de nossa terra.

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