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Ong cuiabana ensina como fazer adubo em casa

Técnica promove reaproveitamento de recursos naturais e ainda pode render uma bela horta caseira

Você acha que os resíduos orgânicos que coloca no lixo comum se transformam em adubo e não prejudicam o meio ambiente? Se a resposta é sim, sentimos lhe informar que está errado.

Diretor executivo da Ong Teoria Verde, Jean Peliciari explica que os materiais orgânicos, quando vão para o aterro sanitário, liberam gás metano, que é danoso à saúde. Caso inalado, pode causar parada cardíaca, asfixia e inconsciência, além de afetar o sistema nervoso central.

Isso sem contar que ele é inflamável. Um exemplo do “estrago” que ele pode causar foi o episódio ocorrido no morro do Bumba, no Rio de Janeiro.

Em 2010, após um deslizamento, o gás metano foi o causador de uma grande explosão. Deixou centenas de mortos, feridos e desabrigados. Antes de ser habitado, o local era um lixão.

E mais do que só produzir o gás, os resíduos orgânicos produzem o chorume, aquele  líquido resultado da decomposição do lixo, que também é tóxico.

Mas o que fazer?

A Teoria Verde está ensinando nas redes sociais como fazer uma “composteira” caseira. A parte boa – ou melhor ainda – é que ela reutiliza, além do lixo orgânico, garradas de 6 litros de água, que também iriam acabar no aterro sanitário.

Uma técnica muito simples que, em 20 dias, oferece um vaso altamente nutritivo para o cultivo de plantas e hortaliças. E, não precisa se preocupar, o processo não traz mau cheiro e nem atrai animais.

 

Para fazer, basta guardar todos os resíduos orgânicos de casa, como cascas de legumes, frutas, folhas e ovos. Em seguida, fazer furos no recipiente e intercalar os restos de comida com folha seca, serragem ou qualquer outro composto seco (veja os detalhes no vídeo).

Depois de passadas 4 semanas, o plantio pode ser realizado no mesmo recipiente, sem problemas.

Não quero fazer em casa

Para quem não quer ter o trabalho ou não se afeiçoa com as atividades de horta ou jardinagem, a Ong, junto com a empresa Origem, está disponibilizando baldinhos para a coleta do seu lixo.

A pessoa pagar R$ 40 e a cada 15 dias o material é coletado em casa. Vai direto para as composteiras da empresa.

Vale lembrar que a boa ação ainda rende brindes. A cada captação, o cliente é presenteado com um saco de material orgânico ou com uma muda de planta.

Peliciari explica que o projeto é inovador e um sucesso em Porto Alegre e no Rio de Janeiro, onde ganhou o apelido de “revolução do baldinho”.

Nas cidades, a população se engajou e há apoio do poder público, uma vez que a empresa que administra o aterro sanitário ganha por peso de lixo coletado. E estamos falando de milhões.

Conforme dados da Prefeitura de Cuiabá, a cidade produz cerca de 700 toneladas por dia de lixo, sendo que muito pouco dele é reciclado.

Caroline Rodrigues/O Livre

É jornalista em Cuiabá

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