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Natal: Amigos descobrem que são irmãos separados há mais de 30 anos.

Revelação foi possível após Marco Medeiros, de 33 anos, encontrar a pulseirinha de recém-nascido e buscar dados da mãe biológica em uma rede social.
 

A descoberta

A relação de amizade se tornou de irmandade apenas no mês passado, após uma pesquisa quase que casual feita por Marco Medeiros, de 33 anos.

Ele conta que ia participar de uma promoção de uma empresa de chocolate e, para isso, precisava informar alguns dados para fazer um mapa astral. “Eu nem gosto muito de chocolate, mas alguma coisa me disse para ir lá”, disse.
 “Para fazer meu cadastro, eu precisava da minha hora de nascimento, que eu não sabia. Foi quando eu fui perguntar para a minha mãe [a adotiva]. Ela me trouxe a pulseirinha do hospital, que marcava 18h50”.
Marco sempre soube que foi adotado. Na pulseirinha entregue pela mãe adotiva, Ana Garcia, além da hora do nascimento, havia o nome da mãe biológica do filho, Licélia Carvalho.

“Dessa vez, eu tive a ideia de tirar uma foto da pulseira e, na mesma hora, fui pro computador, joguei o nome na internet, e numa rede social encontrei o único perfil que tinha esse nome. Não tinha informação, mas eu olhei em amigos em comum e foi aí que eu vi o perfil de Marcela”.

Como contou para a amiga

Marco mandou uma mensagem à amiga:

 “Você conhece alguma Licélia Barbosa Carvalho?”

A resposta de Marcela foi: “É minha mãe, por quê?”.

Já impactado com a situação, ele então perguntou a Marcela se a mãe dela teria tido algum outro filho – e a nova resposta confirmou o parentesco. “Ela teve mais um e deu para uma família que não podia ter filhos”, respondeu Marcela.

 Foi aí que ele contou à amiga que a mãe biológica dele também se chama Licélia Carvalho. “Eu estou aqui me tremendo todinha”, respondeu Marcela a Marco.

Mãe diz que queria rever o filho

Licélia Barbosa Carvalho, a mãe biológica dos irmãos, sempre sonhou em rever o filho. Abandonada pelo marido na gravidez de Marco, ela não contou com o apoio da família e, sem condições, optou por dar o filho à uma outra família.

“Minha mãe não me aceitava, porque dizia que eu já tinha uma filha pequena e não queria mais outro filho. Ai eu tive que doar ele, porque eu não tinha condições. Eu era doméstica. Morava com minha prima e ela não tinha condições de criá-lo também”, contou.

“Eu pedi a Deus todo dia: não me leve antes de eu ver meus filhos unidos. Para um ajudar o outro, dar um força”.

“No aniversário, eu me desmanchava aqui lembrando dele. Era uma data muito maravilhosa em um ponto, em outro era uma data de tristeza”.

A adoção

Segundo Ana Garcia, mãe adotiva de Marco, ela já havia perdido dois filhos e então passou a pensar em adoção. Certo dia, soube que deixaram um recém-nascido na casa dela.

“Tinha uma menina, que trabalhava em uma cigarreira [banca], que estava aqui na porta. Ela mandou dizer que tinha chegado um menino aqui em casa. A menina que trabalhava aqui comigo disse que tinha chegado um menino muito chorão e que ela não o queria aqui. Ai eu disse: então você vá embora, que o menino vai ficar comigo”.

A família adotiva de Marco sempre o incentivou a buscar informações sobre a mãe biológica, mas ele mesmo tinha receio de fazer isso no início.

“Era medo de certa forma magoar meus pais. Eles não gostarem de eu ir atrás da outra família, poderiam achar que eu iria deixá-los de lado. Eu sempre ia empurrando com a barriga”, disse Marco.

A nova irmã diz que a relação deles já parecia de parentesco mesmo antes da confirmação. “Eu sempre peguei no pé dele. Ele dava uma trabalhinho. E olhe que eu nem sabia. Imagine se eu soubesse que era o meu irmão, já tinha puxado a orelha faz tempo”, diz Marcela.

RepórterMT

 

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