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MT: tem maior taxa de óbitos no trânsito provocados pelo álcool

Otmar de Oliveira

Mato Grosso é o estado brasileiro com a maior taxa de óbitos por acidentes de trânsito relacionados ao uso de álcool, com 10,6 mortes a cada 100 mil habitantes. A taxa estadual equivale a mais que o dobro da média nacional que fica em 5 mortes a cada 100 mil/ha.

 

Os dados são do anuário “Álcool e a Saúde dos Brasileiros: Panorama 2024”, do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa), são referentes a 2022 e apontam que foram 381 mortes causadas por uso de álcool no trânsito de Mato Grosso naquele ano.

No anuário passado, Mato Grosso ocupava a 2º posição no ranking brasileiro com a maior taxa de mortes (10,7) e ficava atrás apenas do estado de Tocantins, que neste ano ocupa a segunda posição. O cenário no Estado, segundo pesquisadores, demonstra uma estabilidade nos dados, uma vez que Mato Grosso se mantém na mesma média após um ano do levantamento.

“A taxa praticamente se manteve e o que é mais preocupante é o fato da taxa estadual representar mais que o dobro da média nacional”, afirma Kae Leopoldo, psicólogo, doutor em neurociência e pesquisador do Cisa. Segundo o especialista, os fatores que envolvem a situação de “estabilidade” em Mato Grosso são inúmeros e complexos de se analisar, dentre eles está, por exemplo, a questão do crescimento da população, do número da frota de veículos circulantes.

De acordo com Kae, o aumento da frota de 2010 para 2020 foi de 114% e já ultrapassa 2 milhões. “Isso também aumenta as chances de acidentes de trânsito, assim como chances deles atribuídos ao álcool”. Além disso, precisa ainda uma análise de como estão distribuídos esses veículos, concentração, e essa é uma pesquisa, segundo ele, que ainda precisa ser feita.

O pesquisador lembra que diferente do cenário nacional, onde houve uma expressiva queda (22%) nas mortes, assim como na taxa desde o início da Lei Seca, Mato Grosso também registra a diminuição na taxa, mas não mesma velocidade.

A taxa de mortes por acidentes de trânsito atribuíveis ao álcool a cada 100 mil habitantes passou de 11,5 em 2010 para 10,6 em 2022. Já em razão do número de mortes houve um aumento em mais de 6% no Estado, em 12 anos. Em 2010 foram 358 mortes.

 

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