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Motorista de aplicativo ganha mais dinheiro após iniciativa de curitibanos

A ideia surgiu para ser justamente o que muita gente procura em tempos de crise: grana extra. Assim podemos definir a Itdoor, uma empresa de mídia itinerante que funciona de uma forma bem simples e que pode atingir um número de pessoas inimaginável. Com uma estratégia bem objetiva, a empresa transforma os carros de aplicativos de corrida, como Uber, 99 e Cabify, em espaços publicitários e não só fatura com isso, mas faz com que os motoristas também lucrem.

A ideia começou a partir de uma conversa de Junior Cardoso com seu primo, Felipe Chaves, que, mais tarde, se tornaria seu sócio. “Ele é motorista de aplicativo e queria complementar a renda com alguma coisa, contou pra mim que teve a ideia de colocar adesivo no vidro traseiro do carro para fazer propaganda de algumas empresas e bateu em mim a ideia”, contou Junior.

Sabendo que costuma rodar em média de 12 a 14h por dia, o que no fim do mês resulta em quase 5mil km, Felipe sabia que a ação poderia atingir muita gente. “Mas eu fui um pouco além e, pesquisando, percebi o quanto essa ideia dele poderia ser ampliada e se tornar o foco de uma empresa de mídia, pois temos muitos carros de aplicativos na cidade”, explicou Junior.

Publicitário formado, Junior começou a amadurecer a ideia e se juntou ao primo. “Eu poderia ter a lida com as empresas e ele tinha o contato com os motoristas, era tudo o que precisávamos, juntos poderíamos fazer algo legal e foi o que aconteceu”.

Empresa bombando!

Depois de fazer uma pesquisa sobre tudo o que poderia ser feito ou não, surgiu então a Itdoor. “Buscamos até mesmo um parecer jurídico para saber se havia alguma regra específica e se poderíamos fazer isso em Curitiba. Até o Detran nós procuramos para saber como poderíamos trabalhar, tudo pensando mais no lado dos motoristas mesmo, para evitar que tivessem problemas”.

Na metade de abril, Junior e Felipe começaram a prospecção de clientes. “A meta era fechar o primeiro contrato em até 70 dias, mas surpreendentemente fechamos com a Uninter um pouco antes do que tínhamos estabelecido de meta. Agora já estamos negociando com outras empresas e, para isso, precisaremos de mais motoristas”.

Por enquanto, a Itdoor tem em seu cadastro 110 motoristas. “O primeiro pagamento, que vai ser feito na metade de julho, com certeza vai nos dar um aumento nos cadastros dos motoristas. Acreditamos que até o final do ano vamos ter 600 cadastrados e aí podemos ter mais ações correndo pela cidade ao mesmo tempo”, explicou Junior, completando que a meta da empresa é ter, destes 600 motoristas, 400 rodando com campanha. “Temos um projeto de tentar expandir para mais uma cidade, que é Londrina, a partir de janeiro do ano que vem”.

Junior, que continua trabalhando numa agência de publicidade, disse que o motorista não se incomoda com nada. “A gente é que fica responsável por tudo: vamos atrás do anunciante, fechamos o contrato e o anunciante pode escolher até mesmo em qual carro quer anunciar. Só depois que a arte fica pronta e começa a ser impressa pela gráfica é que contatamos os motoristas, para o agendamento da instalação dos adesivos”.

Até o processo de colocar os adesivos nos carros precisa ser rápido, para não prejudicar os motoristas, que precisam continuar trabalhando. “Precisa ser muito rápido, então a última coisa que a gente faz é agendar com o motorista, para evitar que ele perca tempo de trabalho. Para o motorista não tem custo nenhum, nem taxa de inscrição, nada. E o anunciante também, só faz o pagamento para a gente e nós somos os responsáveis pelo repasse aos motoristas envolvidos”.

Grana extra

Foto: Arquivo Pessoal
 

Foto: Arquivo Pessoal

Segundo o representante da empresa, quase 70% do valor recebido pelos anúncios é repassado aos motoristas. Cada profissional recebe aproximadamente R$ 200 por campanha. “A gente vai atrás das empresas que querem aparecer e estar nas ruas. Só trabalhamos com frota de aplicativo e não carros particulares. Como temos uma média de 3,5 mil km por mês por motorista, sabemos que os anúncios vão aparecer, e muito, não só em Curitiba, mas em toda a região metropolitana”.

Para o motorista de aplicativo Rafael Reges, de 29 anos, a empresa veio como ‘uma mão na roda’ para ajudar naquela grana extra. “A gente trabalha bastante como motorista, mas as corridas não têm um valor muito bom e isso é uma forma de complementar um pouco mais a renda. É pouco, mas ajuda bastante”, avaliou o motorista, que atua há dois anos e meio na função.

Segundo Rafael, o adesivo não atrapalha em nada na condução e a expectativa é de continuar. “Dá para ver bem através do adesivo, não atrapalha mesmo. Isso sem contar todo o atendimento da empresa, muito atenciosos, e foi fácil fazer o cadastro, preenchi o formulário pela internet, bem simples”.

Percorrendo a média citada anteriormente, de aproximadamente 3 mil quilômetros ao mês, Rafael disse já ter reparado que a propaganda no vidro do carro atingiu os passageiros. “Não são todos os clientes, mas a maioria pergunta do que se trata e eu explico que é uma empresa que fiz o cadastro. Acabo contando algumas coisas da propaganda também”.

(fonte tribunapr)

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