Política

Israel x Hamas. Parem! Parem! Parem logo com isso!

Um grande salto da humanidade para trás

Por Ricardo Noblat

Dia sim, outro também, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, pede aos 2,3 milhões de palestinos que vivem na Faixa de Gaza para saírem de lá, a única maneira possível de não morrerem sob bombardeio. Mas, sair para onde?

Os palestinos não têm um país. Israel ocupa a maior parte das terras que foram deles. Sobrou aos palestinos uma estreita área de 365 km2, aproximadamente o tamanho de uma cidade como Toulon, na França, ou metade do tamanho de Madrid.

Por ordem de Israel, mais de 1 milhão de palestinos mudaram-se do Norte para o Sul porque era pelo Norte que Israel entraria na cidade de Gaza, como de fato aconteceu. Agora, Israel bombardeia o Norte com uma intensidade jamais vista, mas não poupa o Sul.

O Hamas, que governa o enclave desde 2008, sequestrou 230 israelenses e matou até aqui 1.400. Israel já matou mais de 8 mil palestinos. Segundo a ONU, cerca de 400 crianças são mortas ou feridas todos os dias na Faixa de Gaza desde o início da guerra.

Netanyahu voltou a dizer que o objetivo do seu governo de extrema-direita “é destruir o Hamas”. Na verdade, o primeiro objetivo deveria ser resgatar com vida os 230 israelenses sequestrados. O Hamas diz que 50 já morreram sob bombas.

Neil Armstrong, o primeiro astronauta a pisar na lua em julho de 1969, disse uma frase que entrou para os livros de história:

“Um pequeno passo para um homem, um grande salto para a humanidade.”

Guerra, qualquer uma, é um grande salto da humanidade para trás. Como pediu o Papa Francisco, como pede a esmagadora maioria dos países que fazem parte da Organização das Nações Unidas, como suplicam todas as pessoas de boa-fé:

“Parem, parem, parem logo com isso”.

Ricardo Noblat é jornalista

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *