Injeção de tesão? Médica comenta descoberta e dá dicas para a libido

Após pesquisadores desenvolverem uma injeção que aumenta o tesão, médica explica outras maneiras de elevar a libido sem medicamentos

Está sendo desenvolvida por cientistas britânicos uma injeção que atua hormonalmente para aumentar o tesão das pessoas. A medicação contém um hormônio chamado kisspeptina, que pela primeira vez foi apontado como uma substância que pode estar relacionada ao desejo sexual. O estudo foi publicado no JAMA Network Open.

O grupo que participou da pesquisa, composto por pessoas com transtorno de desejo sexual hipoativo, teve diminuição de hiperatividade nas áreas relacionadas ao problema (responsáveis pela ansiedade sexual), enquanto sua atividade cerebral nas principais regiões sexuais foi aumentada.

De acordo com a ginecologista Tamires de Menezes França, integrante da Associação Mulher, Ciência e Reprodução Humana do Brasil (AMCR), essa injeção pode ser um avanço importante. Contudo, ela ressalta que cada caso precisa ser avaliado, uma vez que nem sempre a causa de uma disfunção sexual é hormonal.

“Na maioria dos casos, a diminuição do desejo está relacionada a questões emocionais, socioculturais e pouco conhecimento sobre o próprio corpo, associados à repressão sexual feminina, baixa autoestima e relações a longo prazo em que o afeto é deixado de lado em decorrência do estresse do dia a dia, do trabalho ou até mesmo dos filhos”, afirma.

Preciso do medicamento?

Apesar dessa medicação ser uma descoberta valiosa para a saúde sexual, é importante frisar que todo remédio tem seus riscos associados. Logo, caso a raiz do problema não seja hormonal, é válido procurar auxílio de um profissional para tentar vias naturais de aumentar o tesão.

“Um dos exemplos é o exercício físico. A atividade moderada diariamente, durante 15 a 20 minutos, aumenta a liberação de endorfinas (substâncias associadas ao bem estar) e os níveis de testosterona, hormônio ligado ao desejo sexual, tudo isso de forma natural”, aponta a médica.

Além disso, manter hábitos saudáveis, como se alimentar de forma equilibrada e evitar o consumo de álcool e tabaco, também ajudam na manutenção do desejo sexual a médio e longo prazo.

“Mas fica o alerta: muito se especula sobre alimentos afrodisíacos, mas até agora não existe comprovação científica de algum determinado alimento que aumenta a excitação sexual ou melhore o desempenho sexual”, finaliza. Ou seja: melhor focar em uma alimentação saudável de forma geral do que apostar em dúzias de ostras.

Metrópoles/Coluna Pouca Vergonha