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Incêndios no Pantanal de MT destroem propriedades e trazem prejuízos para a pecuária

Os prejuízos materiais tem sido enormes, mas são as vidas de homens e mulheres que estão em risco.

                                     Gado em meio à pastagem queimada — Foto: Governo do estado/assessoria

A maior seca enfrentada pelo Pantanal em mais de 50 anos e os incêndios que se alastram pelo bioma e por todo o estado de Mato Grosso, têm se transformado em um verdadeiro pesadelo a vida dos pecuaristas. Os prejuízos materiais tem sido enormes, mas são as vidas de homens e mulheres que estão em risco, o que mais preocupam entidades como a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), representante dos pecuaristas mato-grossenses.

O desastre não se restringe ao Pantanal, e os incêndios já consomem pastagens, florestas e fazendas em diversas regiões do estado, inclusive, nas maiores produtoras de gado bovino.

O pecuarista, independente de seu porte, tem somado com as autoridades públicas na missão de debelar tais incêndios, pois sem suas pastagens e com perdas de animais não há como produzir.

Informações oficiais dão conta de que os incêndios em Mato Grosso já devastaram mais de 1,2 milhão de hectares na porção norte do Pantanal Mato-Grossense, e segue fazendo estragos. Na região Oeste, por exemplo, um dos pontos turísticos de Cáceres, a Dolina da Água Milagrosa, teve sua escadaria de 155 degraus atingida pelo fogo.

Até setembro deste ano, o Pantanal teve mais de 2,9 milhões de hectares atingidos pelo fogo, segundo o Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), este total compreende as porções do Pantanal de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. O número representa cerca de 19% do bioma no Brasil, conforme o Instituto SOS Pantanal.

Este ano, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), já foram registrados 15,4 mil focos de calor (que costumam representar incêndios) no Pantanal. É o maior número no período desde 1999, primeiro ano analisado pelo monitoramento que virou referência para acompanhar as queimadas no país.

Os problemas são imensos, e são muitos, mas entidades como a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) tem cobrado dos governantes e dos órgãos responsáveis ações contundentes, que resgatem a população desta situação.

                                        Tratorista constrói aceiro para frear avanço do fogo — Foto: Acrimat

Diante de cobranças como esta, o governo federal anunciou o envio de mais R$ 10 milhões para o governo de Mato Grosso reforçar o combate aos incêndios florestais no estado, principalmente no Pantanal. A decisão foi anunciada nessa quarta-feira (16) em coletiva à imprensa no hangar do Ciopaer, com a presença do ministro de Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho.

Conforme o governador Mauro Mendes, os recursos serão utilizados na contratação de aeronaves, reforço das equipes de combate aos incêndios, resgates de animais silvestres e compra de retardantes (insumo que auxilia no controle do avanço das chamas).

Ainda nesta semana, o governador Mauro Mendes decretou situação de emergência por conta dos incêndios florestais. O decreto tem como objetivo dobrar a estrutura para combater os incêndios florestais, uma vez que possibilita contratações em caráter de urgência. O governo de Mato Grosso desde o início de março, tem executado o Plano de Ação contra o desmatamento ilegal e os incêndios florestais. Já foram mais de R$ 22 milhões investidos de recursos próprios, contando com 40 equipes espalhadas por todo o estado para o combate ao fogo, seis aeronaves, três helicópteros e mais de 2500 profissionais envolvidos, desde bombeiros militares, voluntários, integrantes da Defesa Civil e do Exército.

Porém, em virtude das condições climáticas desfavoráveis, como a baixa umidade e falta de chuvas há mais de 100 dias, o Governo de Mato Grosso tem buscado novas parcerias para minimizar os impactos do fogo para o meio ambiente e qualidade de vida do cidadão. Além do combate, o Governo de Mato Grosso também tem adotado política de Tolerância Zero com os autores dos crimes ambientais.

Diante desse cenário, a Acrimat acredita que o pior está para passar, e que as medidas que veem sendo anunciadas pelas autoridades, em conjunto com esforços empreendidos por pecuaristas de todo o estado no combate aos incêndios, finalmente deem fim a este desastre que tomou nosso Estado.

É preciso união de toda a sociedade: Neste primeiro momento para combater os incêndios, salvar vidas humanas e de animais de produção e silvestres e o patrimônio do produtor e da humanidade e em seguida e não menos importante, discutir com todos os setores públicos e privados e a sociedade civil organizada para encontrar uma solução que possibilite a viabilidade econômica de todas as atividades econômicas, em especial, pelas suas características, da pecuária no pantanal, fundamental para o desenvolvimento e conservação do bioma.

Fonte: G1/MT

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