Exposição fotográfica “Funeral Bóe Bororo” começou ontem na Biblioteca Rachid Mamed

21 de agosto de 202421 de agosto de 2024 José Carlos Garcia

O fotógrafo Cesar Augusto falando sobre a Exposição fotográfica Funeral Bóe Bororo, de sua autoria

A abertura da exposição fotográfica “Funeral Bóe Bororo” do fotógrafo Cesar Augusto aconteceu ontem (20), às 19h00, na Biblioteca Municipal Rachid Mamed, em Rondonópolis, quem esteve no evento pode apreciar as 20 fotos expostas no salão da biblioteca no tamanho 60 X 90 cm, que retratam o maior manifesto cultural do povo Bóe Bororo, que é um funeral.

A principal ideia é ressaltar a cultura do povo Bóe Bororo da Aldeia Tadarimana para a comunidade rondonopolitana e para o mundo. A exposição em si demonstra um roteiro de imagens que denota todo o rito de um funeral tradicional da comunidade indígena, captadas durante mais de 90 dias pelo artista.

“Na cultura Bororo tem uma entidade sobrenatural responsável pelo processo de transformação do nascimento, puberdade e morte, chamada de “Bope”. Quando morre um membro da comunidade a alma dele ocupa um animal e esse animal deverá ser caçado para representar a vingança do morto em relação ao “Bope”. Assim, o morto simbolicamente continua vivo. Neste momento, o luto é encerrado e é anunciada a vitória da vida sobre a morte”, como escreveu Hermélio Silva, na apresentação do catálogo da exposição.

As autoridades presentes ao evento engrandeceram o mesmo e participaram efetivamente da interação com membros da Aldeia Tadarimana que se fizeram presentes, como o senhor Bosco Marido Kurureu que é o Chefe da Cultura Bóe Bororo, que também é o pai do Cesar Augusto que foi batizado na aldeia, que tem como mãe, a esposa do Bosco, que é a dona Maria Borobó.

Em seu discurso o antropólogo e professor Paulo Isaac descreveu detalhadamente como é a vida do povo Bóe e pediu respeito para com a sua cultura. Registramos a presença da professora Jocenaide Rosseto, do professor Ivanildo José Ferreira, do empresário Domingos Sávio entre outros ilustres convidados.

Quando surgiu a ideia da mostra fotográfica, procuramos o cacique Cícero Kuduropa o que ele achava de fazermos uma exposição Bóe Bororo, aberta ao público, com os registos que fiz no cotidiano da aldeia, ele consultou as demais lideranças, que acataram a ideia. Diante de toda essa experiência decidi juntamente com a participação de meus amigos Bóe Bororo, apresentar à sociedade a “Primeira Exposição Fotográfica – Funeral Bóe Bororo”, disse Cesar Augusto.