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Dona Ilda Garcia, de lavadeira a construtora de currais.

Durante o mês de dezembro, o site Hoje, vai publicar histórias de personalidades anônimas ou não, muitos que fizeram o desenvolvimento da nossa cidade que completa 71 anos no próximo dia 10. Muitos dos quais foram completamente esquecidos, o site HOJE, vai tentar resgatar um pouco na coluna “Rondonópolis 71 anos” muita história prá contar. hoje vamos contar a história de Dona Ilda Garcia.

Dona Ilda Garcia de Resende, nasceu em 30 de agosto de 1930, no sítio São José, município de Jataí, as margens do rio Tarumã, na divisa do estado de Goiás com Mato Grosso do Sul.

Ilda era a segunda filha de seis irmãos filhos do casal José Garcia de Freitas e Maria Rosário de Resende, José Garcia, trabalhava com compra e venda de gado, seguia pelo interior de Mato Grosso tocando novilhos que tinham uma conformação genética mais apurada, durante a viagem trocava os garrotes por gado de corte com os fazendeiros, que os compravam para melhorar o rebanho. Certa vez, chegou até a região do pantanal, e no seu retorno antes de chegar a cidade de Itiquira, ele conheceu a região do vale do Jurigue, com terras abundantes e férteis, que o governo do estado estava oferecendo a custo baixo, com a pretensão de desenvolver a pecuária e agricultura na região. Depois de levar a boiada para o frigorífico em Andradina, Zé Garcia como era conhecido no meio , voltou para conhecer melhor a região, depois fazer um mapa, seguiu para Cuiabá onde adquiriu a área pretendida.

Foi em agosto de 1949, que ele trouxe toda sua família para ocupar as terras compradas às margens do rio Juriguinho, (hoje município de Pedra Preta).

Ilda, havia contraído matrimonio com Martimiano Duarte, conhecido fazendeiro da região de Cassilândia e ficado para trás. Um ano e pouco depois ela mandou carta para seu pai, pedindo para busca-la, pois pretendia separar-se do marido e voltar para a casa dos pais, no mês de março de 1951, Zé Garcia voltava a Cassilândia para buscar a filha. Ela não sabia, mas estava grávida de poucos dias e em 25 de outubro de 1951 ela deu à luz ao seu único filho. Que foi batizado com o nome de José Carlos Garcia.

Aqui ela trabalhou na agricultura, junto com seus irmãos por alguns anos. Tentou um relacionamento com o filho de um fazendeiro da região, mas não deu certo, ela então resolveu se mudar para Rondonópolis e tentar a vida como doméstica, se tornou lavadeira e passadeira das madames da cidade, com muito esforço aprendeu a arte do corte e costura, ramo que a tornou famosa pelo seu trabalho esmerado.

Algum tempo depois ela foi viver com Pedro Rosa, (Pedro Paraguaio, como era conhecido) nascido em Pedro Juan Caballero, requisitado cerqueiro (construtor de cercas) na região. O serviço mais importante feito pelo casal foram os currais e cercas do antigo Parque de Exposições que ficava na Vila Operária. Pedro Rosa já estava no Brasil há muito tempo e dominava bem o português, na companhia do Pedro Paraguaio, ela trabalhou em várias fazendas ajudando o marido na construção de cercas e currais, essa luta, tinha o objetivo de estudar seu único filho, e com a ajuda de um irmão militar mandou o filho para estudar em Corumbá MS, onde ele servia o Exército Brasileiro como cabo. Dona Ilda viveu com Pedro Rosa até sua morte em 19 de setembro de 1967.

Em sua homenagem o prefeito Hermínio Barreto, em 21 de julho de 1989, sancionou a lei nº 1.628 mudando o nome da rua 50, no Conjunto São José III para Rua Ilda Garcia de Resende, honraria concedida pelos seus feitos na melhoria e desenvolvimento da nossa cidade.

Da redação

Fotos de Arquivo.

 

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