Nacional

Crise hídrica = risco de apagão?

Há exatos 20 anos entrava em vigor o traumático racionamento de energia adotado em resposta a um apagão que derrubou a economia e o capital político do governo de Fernando Henrique Cardoso. Agora, com os reservatórios das hidrelétricas no nível mais baixo em quase um século, a tarifa já escalou para a bandeira mais cara (vermelha dois) e analistas se dividem entre os que enxergam perigo de blecautes, mas não de racionamento, e os que consideram ambos possíveis nos meses de seca que estão por vir. O próprio secretário do Tesouro, Bruno Funchal, admitiu que o governo teme os efeitos da conjuntura energética sobre inflação e crescimento. Neste episódio, Renata Lo Prete ouve Fernando Camargo, especialista em infraestrutura, para entender as origens da crise e seu desenrolar mais provável. “O que está acontecendo nos últimos anos, episódios de seca sem precedentes, já não surpreende. Era necessário, desde pelo menos 2014, que isso fosse reposto por outras capacidades não-dependentes do clima”, afirma ele. Participa também o jornalista Roberto Rockmann, co-autor do recém-lançado “Curto-Circuito – Quando o País Quase Ficou às Escuras”, sobre 2001. Ele lembra que o governo previa alta de até 4,5% do PIB em 2001, pré-apagão, mas acabou colhendo a um terço disso.

G1/Renata Lo Prete

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