Opinião

Bolsonaro espera que ex-auxiliares presos cumpram com seu dever

Qual? Fique sabendo

 
Piu PiuReprodução

Acima de tudo, que os canários mantenham o bico fechado. Nada de abri-los para contar, ou cantar, o que sabem sobre o golpe de 8 de janeiro e o que fez o governo nos últimos quatro anos.

No momento, há sete canários na gaiola, todos do viveiro montado com muito zelo por Bolsonaro. A saber:

* Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;

Mauro Cid, tenente-coronel e ex-judante de ordem;

* Luis Marcos dos Reis, ex-ajudante de ordem;

* Max Guilherme, segurança;

* Sergio Cordeiro, segurança;

 
*Ailton Moraes Barros, ex-major expulso do Exército e candidato a deputado estadual pelo PL-RJ derrotado em 2022;

* e João Carlos de Sousa Brecha, secretário em Duque de Caxias, município do Rio.

Se apenas um deles começar a cantar, Bolsonaro será reduzido a pó. Imagine se os demais acompanharem o primeiro cantor… Bolsonaro comporta-se como se tal risco não existisse.

Pegou muito mal entre os engaiolados, e seus parentes, a recente participação de Bolsonaro em evento festivo promovido pelo PL em São Paulo para conferir relevância à sua funcionária Michelle.

Foi como se Bolsonaro quisesse dizer: nada tenho a ver com esses pássaros; desconheço o que fizeram para estarem presos. Impossível, ora, que não soubesse o que fazia Mauro Cid.

O desafortunado militar só fazia o que Bolsonaro mandava. Quando teve o sigilo telefônico quebrado pela justiça em 2022, Bolsonaro chamou o ministro Alexandre de Moraes de “patife”.

E acrescentou:

“Você quebrou foi o meu sigilo”.

Acertou. E, por isso, está sendo cobrado para mostrar-se pelo menos solidário com os que sofrem por sua causa. É pedir demais a Bolsonaro. Ele não aprendeu a socorrer feridos em uma batalha.

Ricardo Noblat é jornalista

 

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