Opinião

Bolsonarista faz e divulga pesquisas com números diferentes dos reais

Pré-candidato pela sigla de Bolsonaro, Marcio Furtado é ex-superintendente de secretaria do Ministério da Economia

Por Eduardo Barretto

Reprodução

Marcio Furtado, ex-superintendente da Secretaria do Patrimônio da União (SPU) e pré-candidato à Câmara pelo partido de Jair Bolsonaro, divulga pesquisas, que chama de “tendências eleitorais”, em que Bolsonaro está 20 pontos à frente de Lula, números bem diferentes dos apurados pelos institutos de pesquisa.

No último dia 13, Furtado divulgou em redes sociais uma “tendência eleitoral” em que Bolsonaro tinha 45%, ante 22% de Lula. No mês anterior, em um post curtido pelo senador Flávio Bolsonaro, Furtado apontou que o presidente vencia o petista por 43% a 22%.

Os levantamentos feitos por institutos de pesquisa profissionais e com registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram um cenário bem diverso. Na última semana, o Datafolha aferiu Lula com 48% e Bolsonaro, com 27%. O Ipespe apontou Lula com 45%, ante 34% do presidente.

Segundo o bolsonarista, a “metodologia” inclui análise de votos de parlamentares, redes sociais dos candidatos e análise de eventos presenciais regionais. E nenhuma entrevista com eleitores.

“Eu não faço entrevista com ninguém, não faço enquete, não pergunto voto pra Maria e depois coloco na minha planilha… Basicamente, do cidadão, eu pego os eventos que Bolsonaro vai, os eventos que Lula vai e monitoro proporcionalmente se tem engajamento”, disse em um vídeo na semana passada.

Procurado pela coluna, Marcio Furtado criticou todos os institutos de pesquisa e afirmou que embasa seus números por meio de um programa de computador que criou no ano passado. “Pesquisas são ferramentas que em 2022 não são razoáveis para analisar o cenário eleitoral. Eu não uso pesquisas. Muitas são manipuladas e outras erram bastante”, disse, sem apresentar provas.

Furtado é pré-candidato a deputado federal pelo PL, partido de Bolsonaro, no Espírito Santo. De maio de 2019 a novembro de 2020, foi superintendente estadual da SPU, vinculada ao Ministério da Economia. Ele alegou que deixou o ministério após a saída de Salim Mattar, secretário de Desestatização da pasta.

Por Eduardo Barretto é jornalista

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