Atenção, Gilmar e Toffoli. Vejam só o que decidiu um juiz substituto

26 de julho de 202326 de julho de 2023 José Carlos Garcia

Se a decisão vingar, chamar ministro do Supremo Tribunal Federal de “canalha” não passa de “manifestação de descontentamento”

Por enquanto, a decisão é da primeira instância da Justiça Federal, tomada por Frederico Botelho de Barros Viana, juiz substituto na 15ª Vara Federal do Distrito Federal. Deixa só Gilmar Mendes e Dias Toffoli, ministros do Supremo Tribunal Federal, saberem disso… Como seus demais colegas, eles estão de férias.

Barros Viana arquivou quatro processos criminais contra Bolsonaro. No mais destacado deles, Bolsonaro era acusado de ter xingado integrantes do Supremo em manifestação do 7 de setembro de 2021, em discurso na Avenida Paulista. Naquela ocasião, ele chamou Alexandre de Moraes de “canalha” e disse:

Os bolsonaristas exultaram, mas Bolsonaro, no dia seguinte, pediu arrego. Aconselhado pelo ex-presidente Michel Temer, que nomeou Moraes ministro, Bolsonaro soltou uma nota oficial dando o dito pelo não dito, e telefonou para Moraes se desculpando. Anunciou que em breve iria abraçá-lo, mas nunca o fez.

Barros Viana entendeu que na ação não estavam presentes “elementos que denotem a prática de violência e um discurso ameaçador” que poderiam ser enquadrados como crimes contra a Segurança Nacional. E afirmou que as palavras proferidas por Bolsonaro “não passaram de manifestação de descontentamento”.

Em Roma, Moraes foi chamado pela família Mantovani de “comunista, vendido, comprado”. Não fosse por um tapa dado pelo patriarca da família no filho de Moraes, seria uma “manifestação de descontentamento”. Bolsonaro chamou Lula de “jumento”. Ora, mais uma simples “manifestação de descontentamento.”

Deixa só Gilmar e Toffoli saberem disso.

Ricardo Noblat é jornalista

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