Polícia

“Ataque a Confresa foi planejado por 2 anos, maioria dos presos e mortos é do Maranhão e São Paulo”, diz delegado

Cidade de Confresa foi escolhida por criminosos porque eles sabiam que a reação das forças de segurança do estado demoraria a acontecer.

Os criminosos envolvidos no ataque à cidade de Confresa, em 9 de abril deste ano, eram oriundos dos estados de Maranhão e São Paulo e integravam a facção Primeiro Comando da Capital (PCC). A informação foi revelada pela Polícia Civil, em coletiva de imprensa realizada no dia 9 de setembro, 6 meses após o crime, em Cuiabá.

Os investigadores, contudo, apontam que não é possível afirmar que o PCC esteja por trás do ataque, apenas que os bandidos são membros da facção. Os elementos colhidos até o momento indicam que os integrantes da facção tenham se organizado de forma independente.

“O setor de inteligência da polícia recebeu informações de que eles são integrantes da facção criminosa da capital de São Paulo. Mas integrar é uma coisa, dizer que a facção criminosa tem participação nisso é uma coisa totalmente diferente. Então, até o momento, a investigação tem conhecimento de que esses criminosos fazem parte, integram essa organização criminosa da capital do estado de São Paulo”, disse o delegado Gustavo Belão.

“Pudemos identificar que tivemos um consórcio de criminosos os criminosos de São Paulo, Maranhão, Nordeste, se uniram pra praticar esse crime lá em Confresa e obviamente que eles não iam se unir de facções diversas”, acrescentou.

Conforme as informações confirmadas pelos investigadores da Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso, os criminosos vinham monitorando de perto a cidade de Confresa há pelo menos cinco meses, mas o local do crime já havia sido escolhido há cerca de dois anos, conforme revelou um dos presos na Operação Pentágono, deflagrada na semana passada contra os financiadores do crime.

“Um dos presos, lá em Redenção, disse que tomou conhecimento e foi convidado a participar desse crime lá em Confresa pelo menos dois anos antes do crime. Esse é o período que a gente está levando em consideração”, revelou o delegado.

A escolha da cidade, conforme os investigadores, foi tomada devido à distância geográfica da Capital e da dificuldade de o Estado responder efetivamente à ação criminosa em tempo real.

“Pela posição geográfica da cidade, distante da capital. Os recursos de segurança pública mais fortes para combater esse tipo de ação está longe, está distante, então eles teriam mais tempo, mais facilidade pra desenvolver essa atividade criminosa ali. E a fuga, o planejamento de fuga deles, próximo ao rio”, explicou o delegado Gustavo Belão.

O ataque à Confresa ocorreu no dia 9 de abril. Os criminosos aterrorizaram a cidade, cercaram uma base da Polícia Militar e explodiram um muro da transportadora de valores Brinks. Moradores foram feitos reféns e obrigados a ajudar os bandidos na tentativa de obter acesso ao cofre da empresa.

O sistema de segurança da Brinks impediu que os criminosos acessassem os valores guardados no local e os bandidos fugiram sem levar nada. Na caçada aos criminosos cinco estados da região se uniram para impedir que os bandidos conseguissem escapar, numa megaoperação chamada de Canguçu. Dezoito bandidos foram mortos em confronto com as forças de segurança.

 
RepórterMT

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