Política

A pergunta do momento que teima em ser feita no coração do Poder

Uma coisa é uma coisa, e a outra é outra

Vinícius Schmidt/Metrópoles

É veneno puro a pergunta que mais se escuta em voz baixa nos corredores acarpetados do Poder em Brasília. E todos, por maledicência ou fingida ignorância, recusam-se a responder.

A pergunta: Por que Arthur Lira, presidente da Câmara, ficou tão abespinhado com a operação da Polícia Federal em Alagoas em busca de provas para punir quem desviou dinheiro público?

Alagoas não é reduto eleitoral só dele. É também da família Renan Calheiros, por exemplo, e de outros políticos. Por sinal, ali os Calheiros mandam mais do que Lira. Mandam em quase tudo.

A Polícia Federal investiga um esquema criminoso de compra superfaturada de kits de robótica com verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação.

É fato que a empresa que vendeu os kits é de gente amiga de Lira, mas em um estado pequeno como Alagoas, todo mundo é amigo de todo mundo. A princípio, isso não significa nada.

De resto, e bem disse Lira, cada um neste país é dono do seu próprio CPF. Sem pelo menos evidências fortes, seria leviandade, sujeita até a processo, tentar ligá-lo a algo estranho a ele.

Então, por que Lira anda tão melindrado e ameaça retaliar o governo Lula?

Ricardo Noblat é jornalista

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