Opinião

À caça de votos, Bolsonaro é candidato a morrer pela boca

Por Ricardo Noblat

Nos últimos cinco dias, o presidente pilotou motos, andou a cavalo e comeu pastéis no meio de rua

São marcas da formação das chamadas tropas especiais do Exército a obediência cega à voz do comando e o pouco apreço à própria vida. Os escolhidos para integrar essas tropas são os que carecem de maiores aptidões intelectuais. Compreensível que seja assim.

Bolsonaro destacou-se no quartel como um bom corredor de provas de longa distância. Certa vez, jogou-se ao mar para salvar a vida de um colega. Acabou virando paraquedista, e uma vez eleito presidente, povoou seu governo de paraquedistas.

Isso ajuda a explicar sua disposição para pôr a vida em risco. Operado meia dúzia de vezes desde a facada que levou em Juiz de Fora, vítima de dores abdominais frequentes, só este ano baixou a hospital duas vezes, a mais recente na semana passada.

A ambição por se reeleger, porém, supera o medo da morte. Nos últimos cinco dias, ele pilotou motos, andou a cavalo e comeu pastéis no meio de rua – tudo ao contrário do prescrito por seus médicos. A caça ao voto está em primeiro lugar.

Por ela, ele também despreza e tem se irritado com os conselhos dos seus ministros da área política que recomendam moderar os discursos que faz. É candidato a morrer pela boca – pelo que come de errado e em grande quantidade, e pelo que diz.

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