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Lucas Perrone, uma bandeira rondonopolitana

Lucas Perrone – Foto: Hermélio Silva

Um papo descontraído, mas muito rico em cultura, jornalismo e política, foi o encontro com Lucas Franco Perrone, filho de Mário Luiz Tenório Perrone e Lassimi Franco Perrone, e neto do ícone cultural Maestro Marinho Franco, realizado no dia 14.01.25, na Padaria Moinho, num café da tarde.

Lucas passou a infância em Rondonópolis – MT, e o futebol foi uma paixão e decepção ao mesmo tempo. Paixão, porque gostaria muito de ser jogador de futebol, atuando como atacante. Decepção, porque o técnico Zé Cachorro o reprovou na peneira feita pelo União Esporte Clube, num dia muito triste para o garoto sonhador.

Aos 14 anos, Lucas foi campeão estadual de natação, um recorde que durou por longos oito anos, sendo o mais duradouro, que aconteceu na piscina olímpica da UFMT. Lembra que Rondonópolis tinha uma piscina olímpica no Clube Beira Rio, onde também treinava.

“Gosto de assistir jogo de futebol. Tenho orgulho de ter visto três grandes jogadores do mundo atuando ao vivo em estádios: Pelé, no Pacaembu, num jogo de máster, organizado pelo Luciano do Valle entre Brasil e Itália; Maradona, num confronto do Sevilha e São Paulo, no Morumbi; e Zico, no Maracanã, quando o Flamengo jogou contra o Ferroviária”, lembrou Lucas Perrone.

Jovem, com vontade de vencer na vida, até tentou estudar outras áreas, mas resolveu se enveredar no jornalismo, em São Paulo – SP. Assim que se formou, dispensou as propostas para continuar em assessorias na capital paulista, voltando para Rondonópolis.

Aceitou o convite para trabalhar no Grupo Zahran, atuando na TV Centro América, por indicação da apresentadora Cláudia Bouviê. Dois anos depois, foi exonerado pela própria Cláudia.

“Abra um parêntese aí. Vinte anos depois, quando assumi a comunicação da Prefeitura de Rondonópolis, convidei a amiga Cláudia Bouviê para trabalhar comigo. Como ela me fez passar muita raiva, resolvi que era a minha vez de fazer ela passar raiva”, brinca Lucas Perrone.

Nosso entrevistado passou pelo Jornal de Hoje, quando afirma que foi uma escola de aprendizado, ao lado do jornalista e gênio Lúcio Tadeu. Se o gênio Lucas fala que o seu chefe era gênio, fico cá com os meus botões, pensando só no tamanho da genialidade daquele profissional, porque o Lucas para mim o é, e muito acima da média.

Voltou para a TV Centro América, sendo repórter, editor e apresentador, por mais dois anos. Resolveu sair da tv, e foi fazer uma campanha política para um candidato a prefeito em 2003. Nesse período, abriu o site Primeira Hora, em sociedade com amigos jornalistas.

Lucas Perrone. Foto: Acervo do autor.

Sua vida funcional tem passagem pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso, como assessor do deputado estadual Zé Carlos do Pátio, retornando para Rondonópolis, a serviço do jornal impresso Diário Regional. Em seguida, foi para a TV Cidade, hoje TV Cidade Record. No A Tribuna, trabalhou por oito anos, daí foi trabalhar com o prefeito Percival Muniz. Tem uma passagem pela Câmara de Vereadores, depois Assembleia Legislativa novamente, quando retorna a sua Rondonópolis, para fundar o site Primeira Hora. Tem passagens pelo jornal impresso Folha Regional e pela rádio 104 FM.

“Fomos fazer uma experiência na 104 FM, eu e o Victor Santos, substituindo o Orestes Miraglia, que saiu candidato a vereador. Deu certo, e estamos até hoje”, fala Lucas Perrone.

Eu fico imaginando a atribulação desse âncora e multimídia, para dar conta do seu dia a dia. Acordar de madrugada, para apresentar um programa televisivo. Depois, vai para a rádio, escreve para o site Primeira Hora e o jornal Folha Regional, grava para a Webtv, escreve crônicas para o seu próximo livro, e ainda faz consultoria política.

Trabalhou com muita honra, e como diz: aprendeu muito, com cinco prefeitos de Rondonópolis. Começando com o deputado J. Barreto na Assembleia Legislativa, com o Percival Muniz e Rogério Salles na prefeitura, com o Zé Carlos do Pátio na Assembleia Legislativa, e com o Adilton Sachetti, na campanha eleitoral de candidato a deputado federal.

Instado a falar sobre sua ideologia política, Lucas foi enfático em afirmar que a tem bem definida, mas os trabalhos que desenvolveu foram encarados com dois focos: prestar um bom serviço, e acreditar na pessoa que o contratou. Sempre afirmando que aprendeu muito mais do que ensinou, extraindo o que cada um tinha de melhor, na sua concepção.

“Essa Bandeira, essa Categoria”, como é anunciado pelo seu colega de microfone no “Programa Bom Dia Cidade!”, afirma que tudo é um aprendizado, tanto com as pessoas que trabalhou, como as que ora trabalha, contribuindo para o posicionamento e evolução pessoal e conhecimento político.

O editor do jornal A Tribuna, Almir Lopes Rodrigues, certa vez, abordou o jornalista Lucas Perrone, dizendo que não estava entendendo um texto que ele produziu, que estava muito confuso. Lucas pensou rapidamente, e chegou à conclusão que, se o conceituadíssimo Almir Lopes não estava entendendo, imagina o leitor. Refeito a matéria, o jovem repórter descobriu que havia escrito para ele e não para quem estaria lendo. Outra aula magna de jornalismo.

“O maior erro do jornalista é ele escrever, falar ou divulgar para ele mesmo. Você tem que escrever ou falar para quem está do outro lado, quem está ouvindo, lendo ou assistindo. Para quem está consumindo o que se escreve ou se fala, é quem realmente interessa”, segredou o jornalista.

Sobre literatura, o escritor Lucas Perrone publicou o livro “Coisas que vi, vivi e ouvi”, em 2018, com boas crônicas, e diz ter gostado da experiência de escrever um livro, e está trabalhando no próximo. Afirmou que, na literatura, vale a pena escrever para você, no jornalismo não. Quem vai consumir seu livro é uma pessoa que entende o que você escreve. Isso faz sentido, age-se como se fosse o próprio autor.

Lucas Perrone. Foto: Agoramt.com.br

Quanto ao marketing político, não gosta, pois a apresentação de um produto que não se acredita nele, não diz a verdade. Um exemplo é um sabão em pó porcaria, mas que tem uma imagem e embalagem bonita, vendável.

Bom, eu sempre defendo que Rondonópolis ainda não definiu o seu filho mais ilustre, e ainda acho que essa honra está com um baiano de Lençóis ou com um alemão de Königsberg. Agora, vejo que podemos aumentar esse rol.

Neto e filho de artistas, acha que não sabe responder à pergunta sobre seus dotes artístico-hereditários, mas com certeza não é a música, afirma plenamente. Nunca pensou jornalismo como arte, talvez a literatura. Não pensava em chegar ao rádio – para ele, isso era muito distante. Todavia, se pararmos para analisar com esmero, veremos que o que ele faz é arte pura.

“Hoje, o jornalista tem que atuar em várias plataformas, para ser completo. O mundo é isso, é mudança. Do táxi, passamos para o Uber. Do LP, para o CD, e agora digital. Temos que acompanhar. E acho que o mais difícil para nós vai ser a IA, vai ser o grande desafio, a grande interrogação”, finaliza Lucas Franco Perrone.

Livro de Lucas Perrone. Foto: Acervo do autor.

 

Hermélio Silva – Nasceu em Rondonópolis – MT.

Profissional de Marketing,

editor e escritor com 34 livros publicados.

Membro cofundador da Academia Rondonopolitana de Letras – ARL,

ocupando a cadeira nº 06.

 

 

3 thoughts on “Lucas Perrone, uma bandeira rondonopolitana

  • Cidinha Carvalho

    Muito bom. Gostei em saber mais sobre este profissional da comunicação e filho do pediatra que cuidou dos meus filhos, Sérgio Carvalho da Silva, 48 e Odair Carvalho da Silva, 44 anos.

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  • Heloisa Perrone Attuy

    Orgulho do meu sobrinho. Filho do meu irmão Mário Perrone. Gostei de conhecer a história dele.

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  • Monalisa Castro

    Lucas Perroni é um orgulho para nós Rondonópolitanos , sempre educado, ajudando e orientando o próximo. E esse profissionalismo dele é nato, ele tem uma luz uma energia tão boaa que transmite isso com leveza. Deus abençoe vc querido Lucas Perroni, sou sua fã.

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