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Dona Margarida deixou um legado de força e coragem como exemplo.

 

Nascida em Campinas Verdes MG, Margarida de Freitas Alves, ainda criança mudou-se com seus pais Elias e Maria e seus irmãos, para a região chamada Serra da Jibóia.

Ainda muito jovem casou-se com o escrivão Vilmar de Souza Alves, tiveram três filhos: Maria, Anita e Olímpio. A vida de dona Margarida não foi fácil… Vilmar seu esposo, tinha o vício da bebida e, por esse motivo o casal se desentendia, a situação, as vezes tomava rumos complicados.

Naquela época, quase todos andavam com um revólver, na cintura, após desavenças com terceiros, o escrivão Vilmar de Souza, foi assassinado dentro do seu escritório que ficava na avenida Marechal Rondon, no centro de Rondonópolis.

 

A jovem viúva, tempos depois, casou-se novamente com “Amâncio Macedo da Costa e tiveram uma filha, batizada Divina, mas carinhosamente chamada pela família por Divininha. Após o nascimento da filha, Amâncio inventou de vender de porteira fechada a fazenda, alegando que compraria uma boa casa em Rondonópolis, pois a meninada precisava estudar, Dona Margarida acabou concordando, venderam a fazenda e todos os animais. Após receber o dinheiro da venda, Amâncio disse que viria a Rondonópolis e, sumiu, nunca mais foi visto por ninguém, a família, procurou por ele durante muitos anos. Dona Margarida e os quatro filhos ficaram sem ter onde morar.

Ela, muito dispostas e trabalhadeira, recomeçou a sua vida e com ajuda dos seus pais, comprou uma casinha modesta aqui em Rondonópolis, e começou a fabricar utensílios de montaria, como: rédeas, cabrestos e barrigueiras, estes equipamentos eram usados para encilhar os cavalos de monta.

Dona Margarida Alves era costureira afamada e muito conhecida na cidade, pois costurava para a fina flor da sociedade local, seus clientes sempre muito exigentes, a procuravam pelo seu corte e acabamento esmerado, Muitas vezes ela passava a noite toda aos pés da sua máquina de costura.

Naquela época os Circos chegavam na cidade e por aqui permaneciam por meses, sua fama chegou até os artistas circenses, que também a procuravam para fazer suas roupas e trajes de trabalho.

 

Mesmo levando essa vida de trabalho cansativo, Dona Margarida cultivava o dom artístico, além de cantar, tocava violão, viola e sanfona (foi exímia violonista). Dom esse, herdado pelo filho, Olimpio Alvis cantor de sucesso, (com várias músicas gravadas) lembra que o seu primeiro violão, um Del Vecchio, foi presente da mãe, lembra ainda dos primeiros acordes, que ela lhe ensinou

Filhos de Dona Margarida. Da esquerda para a direita, Anita, Maria, Divina e Olímpio Alvis

Dona Margarida, foi uma mãe muito amorosa e zelosa, trabalhou muito pelo bem-estar e futuro dos filhos. Mas aquela mulher cheia de vigor começou a adoecer aos 40 anos, perdendo parte da visão e com sérias complicações renais, veio a falecer em 1.980 aos 44 anos de idade.

Não só os filhos e familiares, mas todos que a conheceram guardam uma imensa saudade e gratidão, por seu exemplo de coragem e perseverança, deixados como legado para toda uma geração.

Com informações/Olímpio Alves

Da redação

Fotos: Arquivo da família.

 

One thought on “Dona Margarida deixou um legado de força e coragem como exemplo.

  • Olá José Carlos, meu amigo!
    Muito obrigado… vc foi fiel contando sobre a vida de minha mãe Margarida!!!
    Muito obrigado!!!

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