Afro Stefanini: de mascate a Deputado Federal

Durante o mês de dezembro, o site Hoje, vai publicar histórias de personalidades anônimas ou não, muitos que fizeram o desenvolvimento da nossa cidade que completa 71 anos no próximo dia 10. Muitos dos quais foram completamente esquecidos, o site HOJE, vai tentar resgatar um pouco na coluna “Rondonópolis 71 anos” muita história prá contar. Hoje vamos falar de Afro estefanini. 

Em 1939, Afro Stefanini fazia uma viagem de Campo Grande para Cuiabá a bordo do seu caminhão de cargas, carinhosamente apelidado por ele, de Corajoso.

Nesta viagem conheceu Rondonópolis. Aqui ele travou amizade com o senhor Xavier, responsável pela operação e manutenção das linhas telegráficas da região.

Nessa época Rondonópolis era um pequeno vilarejo, com a sede do telégrafo e da CER – Companhia de Estradas de Rodagem, órgão estadual responsável pela manutenção das estradas estaduais de toda região.

Estas duas construções ficavam do lado direito descendo o Rio Vermelho e mais umas poucas casinhas de pau a pique cobertas com folhas de coqueiros, do outro lado do rio, ficava a moradia de um Bororo mestiço e mais umas duas casas também de pau a pique, de resto era apenas mato.

Em 1947, Afro Stfanini se mudou de Campo Grande para Rondonópolis, já que estava trabalhando de vendedor ambulante de produtos para a agricultura e utilidades domésticas, por toda esta região.

O vilarejo era estratégico para seu trabalho, daqui ele visitava cidades e fazendas próximas vendendo suas mercadorias.

A corrida ao Eldorado

Tertuliano Bargára, encontrou por acaso com o senhor Lauro de Oliveira Melo, na cidade de Marilia, no interior de São Paulo, através dele ficou sabendo dessa promissora cidade, da imensa quantidade de terras devolutas e férteis.

Então Tertuliano, veio conhecer este eldorado, aqui ele confirmou a verdade do que havia ouvido de Lauro Mello. Tertuliano requereu vários lotes totalizando um milhão de hectares, entre Rondonópolis e Guiratinga, que nessa época era conhecida por Lageado. Voltando para São Paulo ele começou a vender lotes a pequenos agricultores, quando estas famílias chegavam aqui, descobriam que as terras adquiridas não existiam, pois Bargára não havia demarcado, nem tomado posse das mesmas, isso gerou um grande problema fundiário, o governo do estado ordenou que eles fossem assentados na região conhecida como paulista. Por outro lado, este grande contingente de pessoas, fez com que o vilarejo tivesse um grande impulso, obrigando as autoridades a investir no local.

Nesta época Afro Stefanini, viu em tudo isso um futuro promissor e largou seu trabalho de vendedor e se dedicou integralmente ao transporte de cargas.

Foi ele que fez o transporte de todo material para a construção da primeira ponte de concreto armado sobre o Rio Vermelho na BR 364, que foi inaugurada no ano de 1955.

Afro continuou operando no transporte de cargas até 1958, quando foi nomeado Coletor do Estado, ficando no cargo até 1962, após se desligar da função, ele voltou a iniciativa privada por dois anos, quando foi novamente nomeado a sua função de coletor.

Em 1965, se candidatou a Deputado Estadual, saindo vitorioso do pleito ele tomou posse no ano seguinte, foram três mandato consecutivos como Deputado Estadual, e uma legislatura como Deputado Federal.

Em seguida foi nomeado conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, onde trabalhou por nove anos, presidente da casa por duas vezes.

Afro Stefanini faleceu de infarto do miocárdio em 25 de maio de 2008, em Cuiabá.

Da redação

Foto Roberto Barcelos