Variedades

Poema – Arareau

Por Hermélio Silva

Menino cresci.
A natureza eu vi.
Pássaros, peixes e pequi.
Ladeiras eu desci.
Robusto corri,
Sereno a fluir,
O saco enchi,
Transbordei do leito que nasci.
Peratupanga e lambari,
Índios… bandeirantes… animal a latir.
Braços enlaçaram-se,
Primaveras a florir.
Muito tempo já vivi,
Assoreamentos assisti.
Artérias a entupir,
De gangrena quase morri.
Mijado daqui
E dali.
Nem aposentadoria mereci.
Das cinzas quero emergi.
Já fui belo, servi.
Quero ver refletir
Igual Narciso a sorrir,
A água límpida bebi.
Socorro, salvem-me.
Estou morrendo de sede, sucumbi…
Assino Arareau, dependo de ti.
Ainda devo viver…, viver aqui!

 

 

Hermélio Silva – Formado em Marketing, escritor.

Membro fundador da Academia Rondonopolitana de Letras – ARL,

cadeira nº 06.

Membro do Comitê Nacional de Cerimonial Público – CNCP.

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