Opinião

Inglês como marca registrada

Por Jerry Mill

Quem me conhece sabe que eu falo inglês onde quer que eu vá, mesmo com quem (acha que) não sabe muita coisa da English language. Nada muito avançado, claro – pelo menos na maioria das vezes. Na verdade, eu tento me ater a saudações (hey/g’day), formas de tratamento (pal/milady) ou interjeições (wow/fuck), dentre outras possibilidades.

Na verdade, essas mesmas palavras (ou expressões) também aparecem nas minhas postagens nas redes sociais e principalmente nas mensagens de texto, áudio ou vídeo que, sempre que possível/necessário, eu envio por e-mail, WhatsApp, Telegram, etc. Como eu mesmo já ouvi algumas pessoas dizerem, o uso da língua inglesa “a torto e a direito” (como se diz isso em inglês, hein, dear reader?) é uma das minhas marcas registradas…

Essa afirmação, como não poderia deixar de ser, serve aqui como mote para eu reforçar a minha tendência de (tentar) mostrar aos muitos Brazilian students que eu conheço que a língua inglesa está em praticamente tudo, inclusive na sua e na minha rotina diária. Aliás, por que ela não estaria na minha, já que a língua inglesa tem sido um ganha-pão para mim há mais de três décadas?

Well, para ilustrar o quanto a língua inglesa está presente no Brasil (e no mundo), é preciso entender primeiramente a diferença entre royalty, copyright e trademark (ou brand). Em tese, as três se referem à chamada propriedade intelectual, o que quer dizer que o que elas representam não pode ser usado indevidamente por terceiros. Vejamos, então: a primeira palavra se refere ao direito de uso, exploração ou comercialização de algo (como no caso do petróleo brasileiro); a segunda, aos direitos autorais (ou de cópia, mais comum no mercado editorial); e, finalmente, a terceira tem a ver com a proteção formalizada dos símbolos, desenhos ou nomes que remetem a um produto/serviço ou empresa (como no caso do Visa, do Facebook e do Victoria’s Secret, por exemplo). Já no caso específico de brand, a palavra enfatiza o recurso visual que permite a fácil/rápida associação à empresa ou ao produto/serviço, estando intimamente ligada ao termo ‘logotipo’, mais comumente conhecido como ‘logo’.

Ancorados também em diferentes motivos e motivações, há anos, a Apple, o Google, a Microsoft, a Amazon, o McDonald’s e o Walmart se mantêm no topo entre as marcas/empresas mais mencionadas e, por conseguinte, mais valorizadas/valiosas do mundo. Mesmo quem não se interessa pelo mundo corporativo, bolsa de valores ou algo parecido sabe o que elas são ou o que oferecem, pois já ouviram ou leram algo sobre elas. Sheer marketing, baby! E o mais interessante de tudo: com uma exceção aqui e acolá, as pessoas se lembram da ortografia e da pronúncia de todas ou pelo menos da maioria delas…

Eis uma prova irrefutável de que, apesar da enorme competitividade que existe no universo extremamente capitalista em que os idiomas orbitam, essas seis marcas/empresas (in English!) continuam a defender com sucesso o seu território e a melhorar ainda mais tais produtos ou serviços, a fim de se manterem vivas e influentes na mente e no coração de seus milhões de consumidores.

Como escreveu certa vez o polímata estadunidense Benjamin Franklin (1706-1790), “time is money”. Provavelmente querendo dizer também que, quanto mais ‘time’ no mercado, mais ‘money’ no bolso – na conta ou na bolsa de valores. De forma similar, no campo da linguagem, quanto mais palavras aprendidas (com pronúncia, ortografia e semântica adequadas), maior a capacidade conversacional do indivíduo, falante nativo ou não do idioma-alvo.
Agreed?

 

JERRY MILL é idealizador da ALCAA (Associação Livre de Cultura Anglo-Americana), membro-fundador da Academia Rondonopolitana de Letras (ARL) e associado honorário do Rotary Club de Rondonópolis

 

 

 

A tribuna

 

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