Polícia

Mãe faz desabafo após indiciamento de donas de creche e diz que responsáveis mentem

Chico Ferreira

Mãe do pequeno Vicente Camargo, de 5 meses, morto após um incidente em uma creche em Várzea Grande, Karine Camargo fez um desabafo em seu perfil numa rede social após o indiciamento das duas donas do estabelecimento. Ela disse que as duas são “irresponsáveis” e insistem “na mentira” ao seguirem negando a lesão do bebê. Karine afirmou que não irá desistir até que os responsáveis sejam punidos.

 

O inquérito que apura o caso foi concluído na sexta-feira (17) e as duas donas, Lohaine Figueiredo e Hanna Figueiredo, foram indiciadas por homicídio culposo (quando não há intenção de matar).

A Polícia Civil divulgou que, em depoimento, uma das donas confessou que provocou, sem intenção, a lesão na cabeça da criança ao bater na quina de uma mesa. Nas redes sociais, no entanto, elas desmentem isso a afirmam que o machucado ocorreu durante a prestação de socorro, não antes.

“Isso foi um acidente. Ele estava desacordado. Ele dormiu e não acordou mais. Ninguém aqui é assassina”, diz post publicado em rede social.

Karine se manifestou sobre isso afirmando que está com o emocional abalado, mas garantiu que está tomando todas as medidas judiciais cabíveis.

“Esse [final de semana] irei passar o dia trabalhando por necessidade, e fiquei o dia com a cabeça pesada, fraqueza, tonturas e o meu emocional extremamente afetado, porém segundo [porque] ainda tenho uma filha para sustentar, minha vida nunca foi fácil, mas estou a todo momento, mesmo não vindo aqui falar, mas estamos tomando as devidas providências com minha [advogada] e o relatório completo do inquérito será disponibilizado na segunda-feira e ela está cuidando de tudo por mim”, afirmou.

A mãe de Vicente também criticou a postura das donas da creche, apesar de tudo o que já foi apontado nas investigações, chamando-as de irresponsáveis.

“Não está sendo nada fácil ter que ler essas irresponsáveis continuarem insistindo na mentira, mas como disse, não irei medir esforços pra que elas sejam punidas por todos os crimes e Deus está no controle de tudo e já está tomando providências também, tenho absoluta certeza. Quero pedir que continue em oração por mim e minha família”, desabafou.

 

O caso

A equipe da Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) foi acionada no dia 17 de abril para a liberação do corpo da criança em um hospital particular de Várzea Grande. Os policiais civis foram informados que o bebê foi levado à unidade de saúde pela proprietária da creche e deu entrada na emergência já com a pele arroxeada e com parada cardiorrespiratória. O bebê não respondeu ao socorro prestado e foi a óbito naquela tarde.

A investigação foi conduzida pelo delegado Marlon Luz, que requisitou exames e ouviu testemunhas, além das investigadas.
Exame periciais que atestaram que a criança morreu em decorrência de traumatismo craniano causado por uma pancada na cabeça.

As diligências apontaram ainda que a criança bateu a cabeça na quina de uma móvel de mármore, quando estava no colo de uma das donas do local. A proprietária da creche admitiu a lesão na criança e a investigação apontou que o fato que levou ao óbito foi causado por descuido e inobservância de segurança à criança.

A gestora da creche também foi indiciada. O inquérito concluiu que ela foi omissa em garantir espaços com proteção para resguardar as crianças ali assistidas e também foi negligente no atendimento à criança.

O inquérito segue ao Ministério Público Estadual e Poder Judiciário para prosseguimento dos atos de persecução penal.

Gazeta Digital

Foto: Chico Ferreira

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