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FANTASMA: “O espírito que anda”, “O Homem que não pode morrer”.

Relembrando personagens das histórias em quadrinhos que fizeram sucesso no Brasil

O primeiro herói mascarado dos quadrinhos, a série começou a ser publicada em jornais diariamente, em 17 de fevereiro de 1936 e aos domingos, como edição colorida, em maio de 1939, continuando até 2006.

O Fantasma é uma tira de jornal do gênero aventura criada pelo roteirista, Lee Falk (também criador do Mandrake), e o desenhista, Ray Moore, contando as aventuras de um combatente do crime, mascarado e usando uma roupa característica. O personagem atua em um fictício país africano chamado Bangalla.

Dois anos antes do surgimento do Super-Homem, três antes do Batman, quatro antes do Capitão América, estreava nos jornais do mundo a tirinha de um herói fundamental para a estética dos quadrinhos modernos.

O Fantasma pode até não ter alcançado a popularidades dos três anteriores. Por outro lado, ditou tendências. Foi o primeiro a adotar traje colante e máscara, dois pré-requisitos dos paladinos da justiça. Para chegar ao conceito do “espírito que anda”, o norte-americano Lee Falk (também criador do personagem Mandrake) combinou histórias de cavalaria, contos de fada e poesia épica. Embora o Fantasma pareça esquecido, hoje, em meio à profusão de combatentes do crime, suas tirinhas ainda são publicadas em mais de 500 jornais, de 40 países. Enquanto o Brasil praticamente o escanteou, nações como a Austrália ainda consomem avidamente as narrativas (por lá, o gibi do herói superou a marca dos 1700 números publicados).

Na história de pano de fundo, o personagem é conhecido como “o homem que não pode morrer” não por ser imortal, mas pelo fato de os atos heroicos serem passados adiante a cada geração. Há, portanto, não um, mas vários Fantasmas. O primeiro deles teria surgido em 1536, quando o pai do marinheiro britânico Christopher Walker foi morto em um ataque de piratas. O impulso de vingança o levou a caçar os assassinos e a dar início ao legado do herói. Sem superpoderes, o Fantasma confia na combinação entre força e inteligência para lutar contra o mal, estratégia semelhante à adotada por figuras fictícias surgidas posteriormente, como James Bond (de Ian Fleming, em 1953) e Jason Bourne (de Robert Ludlum, em 1980). As aventuras são ambientadas na fictícia Bengala, um território africano.

 

Para o editor-chefe do portal Universo HQ, Sidney Gusman, considerado um dos maiores especialistas em quadrinhos no Brasil e autor de livros como 100 respostas sobre super-heróis, o Fantasma perdeu espaço por se tratar de um personagem isolado. “Ele foi engolido por autros super-heróis por não ter um universo em torno [como a Liga da Justiça e Os Vingadores]. O Batman, por exemplo, também não tem poderes, mas pertence a este universo. Já o Fantasma faz parte de um mundo fantástico, cheio de mistérios, então os leitores das novas gerações deixaram de falar com ele, de se identificar. É uma pena ter deixado de ser publicado no Brasil e nos Estados Unidos (seu berço), pois o personagem é incrível”.

Entre os apreciadores de quadrinhos, há certa confusão quando o assunto é a cor do uniforme do herói de Lee Falk. Boa parte dos leitores brasileiros (assim como os italianos e espanhóis), sobretudo os mais antigos, deve lembrar de um Fantasma todo vermelho. Na Escandinávia, por exemplo, o herói tem as vestes azuis. Já na Nova Zelândia, o uniforme é marrom. No resto do mundo, roxo. A aparente confusão remonta às primeiras publicações de tirinhas coloridas do mascarado, em 1939, três anos após o surgimento da primeira tirinha em preto e branco. Naquela época, cada jornal tinha condições de impressão distintas e, por isso, escolheu como vestir o herói. Além das roupas, o Fantasma carrega duas pistolas calibre 45 e tem uma caveira como marca registrada.

(autor desconhecido)

Imagens: internet

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