Polícia

Assassina de Isabele é expulsa da faculdade de medicina

Isabele foi morta com um tiro no rosto em 2020 pela “melhor amiga”

A Faculdade São Leopoldo Mandic, uma das mais caras do país, expulsou do seu quadro de alunos, nesta sexta-feira (16), a assassina de Isabele Guimarães Ramos, a adolescente morta com um tiro no rosto em 2020 pela “melhor amiga”, no condomínio Alphaville 1, em Cuiabá.

Na época, ambas tinham 14 anos. Hoje, aos 18 anos, a assassina cursava medicina.

No entanto, colegas de turma acionaram a direção da instituição de Campinas (SP) informando que a jovem esteve diretamente envolvida em um caso que mobilizou manchetes Brasil afora em 2020: a morte de Isabele. A informação foi divulgada na noite desta sexta-feira (16) por Ulisses Campbell, de O Globo.

Nessa apuração interna, foi constatado que a presença da jovem estaria tumultuando a comunidade acadêmica e poderia comprometer a reputação da instituição, além de, no entender da faculdade, não ser compatível com a prática da Medicina.

 

Em 2021, a autora do disparo foi indiciada pela Polícia Civil por ato infracional análogo a homicídio doloso, com intenção de matar. Ela passou cerca de um 1 e 4 meses reclusa no Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) feminino, uma unidade para menores infratores na capital mato-grossense.

Em junho de 2022, após recurso apresentado pelos pais da jovem, a tipificação foi alterada para ato análogo a homicídio culposo, quando não há o intuito da morte, o que permitiu que ela ganhasse liberdade.

Assustado com a presença da recém-chegada junto do restante da turma, um grupo de mães também pressionou a direção a decidir pela expulsão. “Essa estudante matou a melhor amiga com um tiro bem no meio do rosto. Quem me garante que ela não vai fazer isso de novo? Não estou nem dormindo direito”, disse ao blog Berta Camillo, cuja filha era da mesma classe que a jovem.

Em nota enviada ao o Globo, a universidade se posicionou da seguinte forma:

“Em relação ao caso da aluna ingressante no curso de Medicina, a instituição tomou conhecimento do fato a partir de uma denúncia feita ao comitê de compliance. Foi feita uma apuração e constatado que a presença da aluna gerou um clima interno de grande instabilidade no ambiente acadêmico. Com base no Regimento Interno da Instituição e no Código de Ética do Estudante de Medicina, publicado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), a faculdade São Leopoldo Mandic decidiu pelo desligamento da aluna, assegurando a ela a apresentação de recurso, em atendimento aos princípios do contraditório e ampla defesa”.

O diretor de graduação da faculdade, Guilherme Succi, reforçou que a decisão foi tomada para proteger a tranquilidade do ambiente acadêmico e a segurança de todos os envolvidos. “Todas as ações baseiam-se em questões previstas nas normas internas da Instituição e também no Código de Ética do Estudante de Medicina”, disse. Ele fez questão de frisar que a instituição vai devolver os valores pagos pela estudante e que a decisão não se estende à irmã gêmea. A mensalidade na faculdade em questão custa em torno de R$ 13 mil.

RepórterMT

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