Opinião

O que as crianças pedem ao Papai Noel de Jerusalém

“Precisamos enviar uma mensagem de amor e paz ao mundo”

Por Ricardo Noblat

No escuro e sombrio bairro cristão de Jerusalém, na Cidade Velha, a porta para a “Casa do Papai Noel” só permaneceu aberta na semana passada entre 17h e 20h. Ela é domínio de Issa Anis Kassissiek, conhecido como “o Papai Noel de Jerusalém”, conta o jornal israelense Haaretz, que o visitou.

Kassissieh, que estreou como Papai Noel há 18 anos andando de camelo pela Cidade Velha, se diz orgulhoso por ser o único graduado do Oriente Médio na “Escola do Papai Noel” oficial dos Estados Unidos, onde o currículo inclui a maneira correta de dizer “ho oh oh.” Não é tão fácil como pode parecer.

Em 2022, segundo ele, as crianças e seus pais tiveram que fazer fila e esperar três horas para ter seu momento com o Papai Noel e pedir seus presentes. Ele estima que recebeu mais de 25 mil visitantes. A população cristã de Israel é de cerca de 182 mil. O número de visitantes, no final deste ano, foi bem menor por causa da guerra:

“Precisamos enviar uma mensagem de amor e paz ao mundo. Basta pensar: se conseguirmos gerar alguma paz na Terra Santa, poderemos ter paz em todo o mundo. Mas não sou o chefe de um governo ou de uma igreja – sou apenas um Papai Noel.”

O efeito da situação tensa nas crianças que o visitam é visível. Em vez de pedir um smartphone novo ou o brinquedo mais recente, muitas delas fazem um pedido diferente. Conta Kassissieh:

“Elas me perguntam: ‘Papai Noel, você pode parar a guerra?’ Não sou o chefe de um governo ou de uma igreja, sou apenas um Papai Noel. Então olho para as crianças e respondo: ‘Vamos orar juntos pela paz’. Não quero que pensem que o Papai Noel pode mentir.”

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