Polícia

Para MP, defesa de ex-PM que estuprou e matou advogada Cristiane Tirloni tenta manipular a Justiça

Cristiane Tirloni foi espancada, estuprada e morta na madrugada entre os dias 13 e 14 de agosto de 2023.

Para o Ministério Público, a defesa de Almir Monteiro dos Reis, assassino da advogada Cristiane Tirloni, tenta “manipular o Poder Judiciário” ao tentar apresentá-lo como sendo “mentalmente incapaz” de reconhecer o crime que cometeu.

A Defensoria Pública, que assumiu a defesa de Almir, pediu absolvição sumária do réu, apresentando um laudo psiquiátrico de 2016.

O MP rebate o argumento. “Trata-se, com a devida vênia, de pedido descabido, até porque, como se demonstra abaixo, o acusado não possui nenhuma doença que o impeça de ter discernimento do que é certo e do que é errado”, diz o documento assinado pelo promotor Jorge Paulo Damante Pereira.

 

Almir possui laudo de esquizofrenia paranoide, uma doença psiquiátrica que não tem cura. Contudo, na visão do Ministério Público, não é uma condição que leva alguém “a cometer a atrocidade que o réu deste processo cometeu”.

 

Segundo o MP, consta nos autos do processo um Relatório de Assistência Social datado de 17 de agosto de 2023, devidamente assinado por uma equipe multidisciplinar, que relata que até aquele momento não foi observado nenhum sintoma grave, tais como delírios de perseguição, psicose, prejuízo cognitivo e alucinações auditivas e visuais.

 

Além disso, no dia 30 de junho de 2023, Almir passou por uma avaliação médica que atestou que ele tinha “bom estado físico e mental para a realização de suas atividades laborais”. O laudo mostra, ainda, que o réu estava estável e não precisava fazer uso de medicação psicoativa. Almir trabalhava como taxista.

“Logo, por todo o exposto, é clara a tentativa de manipular o Poder Judiciário ao se apresentar como ‘incapaz’ apenas e exclusivamente quando vê a possibilidade de arcar com as consequências penais de seus atos”, aponta o promotor.

O caso

O ex-PM e a advogada se conheceram na noite do dia 13 agosto, em um bar da Capital e logo após foram para a casa dele. Chegando no local, eles se desentenderam, pois Cristiane não quis realizar um ato sexual. Ele não aceitou a negativa e a espancou, estuprou e depois a assassinou por asfixia.

Ele pressionou a perna e joelho na barriga da vítima e, em seguida, utilizou um travesseiro para sufocá-la.

Após matar a advogada, Almir limpou a casa para apagar as marcas de sangue. Em seguida, pôs a vítima dentro do carro e colocou óculos escuros nela para simular que seria uma passageira.

Ele abandonou o corpo da advogada dentro do carro, próximo ao Parque das Águas, em Cuiabá.RepórterMT

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