Brincando com as cores das rochas

Preferiria falar do meu amigo Denis Maris num todo, sem ser contextualizado para as artes plásticas, porque ele é um multishow por natureza, navega em várias artes e é uma pessoa dum coração maior que o próprio peito. Sincero, educado, versátil, e um avô dos mais esmerados. Convivi com o Denis Maris por alguns meses quando realizamos um programa musical na rádio Mega FM, em Rondonópolis, estado de Mato Grosso, todos os domingos, chamado “Integração Cultural”, no meio do programa o estúdio da rádio foi mudado para a cidade vizinha de Pedra Preta. Daí tínhamos tempo para conversar na ida e volta dos deslocamentos, de 07 de setembro de 2014 a 21 de junho de 2015.
A programação tinha cinco blocos, assim constituídos: As músicas do passado que não se apagaram no presente; Momentos do Rei (músicas de Roberto Carlos); As maiores orquestras do mundo; Inesquecíveis canções internacionais; Pratas da casa (músicas de artistas regionais), tudo isso recheado com chorinhos, blues, jazz, MPB e samba. Bem, não precisa falar que tomei inúmeras aulas musicais e na realidade eu era apenas o motorista do programa, porque o meu parceiro sabia de tudo, sem contar que já era radialista há muito tempo. Foi um bom aprendizado.

Obras do artista plástico Denis maris, técnica utilizada cromopetrologia… (Pigmentos extraídos das rochas)

Sou apaixonado por artes plásticas e tenho um bom acervo, desde o sul-mato-grossense Humberto Espíndola, o campineiro Professor Paulo Branco ao cuiabano Victor Hugo, daí às vezes me atiro a escrever sobre alguns deles. E o que vejo nas obras do Denis Maris? Sutileza, composição, expressão e outros bons adjetivos. Fico imaginando como ele descobriu esse novo caminho, e o tempo que gasta para compor tamanhas obras, pois com a tinta até parece fácil, mas com pigmentos extraídos de rochas, das mais diversas, pois tem que compor as cores e deve ser um grande sacrifício laboral, porque ele, nesse momento da composição, passa a ser um profissional também da fabricação das tintas, da composição, das cores, do tom, da saturação e a intensidade delas, só a partir disso que eu imagino o artista começando a pensar na obra em si. Então, aqui já explico minha admiração e respeito, e aproveito para pedir o autógrafo deste versátil e inconteste artista.

Hermélio Silva – Formado em Marketing, escritor com 24 livros publicados. Membro fundador da Academia Rondonopolitana de Letras – ARL, cadeira nº 06. Membro do Comitê Nacional de Cerimonial Público – CNCP. Secretário de Comunicação da Câmara Municipal de Rondonópolis (2015 e 2016, 2018…).