Polícia

MT/ registra um ‘crime’ praticado por crianças e adolescentes a cada 2h

 
Otmar de Oliveira

A cada duas horas, um adolescente comete um ato infracional em Mato Grosso. Apesar do alto índice, apenas 148 estão internados nas 8 unidades existentes no Estado, ocupando 70% das vagas (210). Os dados são da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) e revelam que entre os 10 principais atos infracionais registrados, o tráfico de drogas é o primeiro entre adolescentes na faixa etária dos 12 aos 17 anos.

Já entre os menores de 11 anos, o furto se destaca. Para que o adolescente seja internado, geralmente é porque cometeu atos infracionais de natureza grave, como homicídio e latrocínio. O adolescente em conflito com a lei pode ficar internado por até 3 anos. Para casos mais leves, como o de Luiz Miguel (nome fictício), de 16 anos, a medida pode ser apenas uma advertência. Luiz tinha por volta de 14 anos quando agentes da Polícia Federal o buscaram na escola.

O motivo foi ele ter cometido, junto com um amigo, um ato infracional equivalente ao crime de falsificação de moeda. Filho mais novo de 5 irmãos, Luiz conta que a família nunca passou por dificuldades e que cometeu o ato infracional por má influência. Através de um amigo, ele conheceu uma quadrilha online e praticou o ato. Ele explica que comprou R$ 1 mil de notas falsas por R$ 200.

Os pais de Luiz Miguel descobriram o crime quando a encomenda com as notas falsas chegou e, em seguida, a Polícia Federal bateu na porta da casa. Ao ser buscado na escola, Luiz e seu amigo foram interrogados e ficaram algumas horas em celas, como uma “lição”. “Acho que fiz pela emoção. Eu não fiquei com a consciência pesada, até porque eu não repassei a encomenda para ninguém. Vem a nota falsa e nisso você tem que ter o trabalho de ir em algum comércio e ir trocando as notas, pegando verdadeiras. Eu só comprei pela adrenalina”, relata o adolescente.

Apesar de ter tomado apenas uma advertência, ele conta que é colega de um rapaz que foi apreendido por estelionato. “Ele fala que ele estava ficando louco de ficar lá um mês, ele não estava aguentando. Um mês é muito tempo”.

Atualmente, como medida socioeducativa, Luiz Miguel participa do projeto “Meninos do Futuro”, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, sendo inserido no mercado de trabalho através de um estágio supervisionado.

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