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Mãe denuncia escola por liberar saída do filho com Síndrome de Down sem presença de responsável

De acordo com a mulher, o filho ficou perdido na região por aproximadamente duas horas, e foi encontrado após estudantes da unidade ajudarem nas buscas pelo bairro.

Mãe denuncia escola por liberar saída do filho com Síndrome de Down sem presença de responsável

Cleane dos Santos Carvalho, mãe de um adolescente com Síndrome de Down de 17 anos, denunciou a escola estadual José Leite de Moraes, por deixar o filho sair sozinho sem a presença de um responsável. O caso ocorreu nessa terça-feira (18), no bairro Cristo Rei, em Várzea Grande. 


O estudante saiu da escola sozinho após o fim das aulas, por volta das 11h. Quando a mãe soube do seu sumiço ficou desesperada com a situação e indignada com os profissionais do local. Segundo ela, a coordenadora da escola disse que o menino é responsabilidade da família e não da escola, e com a voz alterada, teria mandado a mãe e o namorado dela ficarem quietos.

De acordo com Cleane, o seu filho ficou perdido na região por aproximadamente duas horas, e foi encontrado após estudantes da unidade ajudarem nas buscas pelo bairro. “O diretor não estava na escola, nenhum dos funcionários ajudaram nas buscas, apenas um professor que liberou os alunos para ajudar a encontrá-lo”,  relatou ao Leiagora.

Consta no boletim de ocorrência que o adolescente foi encontrado após duas horas de buscas na região da escola. Ele estava próximo ao córrego do Jacaré, sentado e chorando sozinho. 

Conforme relatado pela mãe do aluno, ele estuda na unidade escolar desde 2019 e os profissionais são avisados que o mesmo não pode sair de forma alguma sozinho da escola sem a presença dos responsáveis. A orientação é que ele fique esperando dentro do local com os dois irmãos que também estudam na escola. 

“Toda vida falei para o diretor, cuidado com o portão, porque se ele achar um portão aberto ele sai. Ele não tem maldade, o que chama atenção ele vai. Eles o conhecem há muitos anos, foi um descaso e eles sabiam da necessidade do meu filho. Eles sabem que ele deve ser entregue para os irmãos para aguardar”, disse a mãe revoltada. 

Aliviada por encontrar o filho e frustrada com o ocorrido, a mãe descreveu como se sentia diante do fato. “Sensação de morte, se não tivesse encontrado ele eu não sei o que seria de mim. Somente os alunos da escola para me ajudar. É muita humilhação, temos que ficar nos humilhando sempre”, reclamou.

Outra reivindicação da mãe é a necessidade de um auxiliar dentro da sala de aula que vem se arrastando há 4 anos. “A Seduc não fornece um profissional para acompanhar meu filho, o diretor alega que já solicitou 4 vezes auxiliar de classe para ele, mas eles [Seduc] sempre negam. Só vão passando ele sem saber ler e escrever. Ele fica jogado no canto, sem receber atividades e nem atenção”, disse a mulher.

Leiagora entrou em contato com a Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (Seduc-MT), que informou as medidas tomadas para amparar a família e o aluno. 

Confira nota na íntegra:

– A Seduc e a DRE de Várzea Grande agiram imediatamente entrando em contato com a mãe do aluno para prestar o apoio necessário.

– O estudante será assistido por um professor de Apoio Pedagógico Especializado, que ira acompanhá-lo em sala de aula. 

– Além disso, o estudante também receberá atendimento multidisciplinar. 
 
Leiagora
Foto: Seduc

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