Polícia

Cuiabá: ordens para matar maranhenses vieram de dentro da PCE, afirma delegado

Dos cinco presos, dois já estavam presos acusados de tráfico de drogas e por liderar facção criminosa

Ordens para matar maranhenses vieram de dentro da PCE, afirma delegado

Foto: Reprodução

A ordem para assassinar com requintes de crueldade os quatro maranhenses que viviam em Cuiabá partiu de dentro da Penitenciária Central do Estado (PCE). É o que foi descoberto durante as investigações da Operação Kalýpto, deflagrada na manhã desta terça-feira (24) em Cuiabá.

Das cinco pessoas presas até o momento, duas já cumpriam pena na PCE por tráfico de drogas e por serem lideranças de uma facção criminosa que atua em Mato Grosso. Outros dois usavam tornozeleiras eletrônicas e um era investigado por aplicar “salves” (tortura contra faccionados como forme de punição).
 
De acordo com o delegado da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa de Cuiabá (DHPP), Caio Fernando Albuquerque, os suspeitos investigados são pessoas de extrema periculosidade que já assassinaram com os mesmos requintes de crueldade diversas pessoas na Capital.
 
“Estamos perto de serial killers que já mataram várias pessoas em Cuiabá e em outras adjacências. Parte do grupo já aplicou ‘salves’ e isso mostra o poder das facções e a que ponto eles chegam para mostrar a dominação do território”, disse o delegado durante coletiva de imprensa na manhã desta terça.
 
As investigações tiveram início a partir do desaparecimento, em maio de 2021, de quatro maranhenses que viviam em Cuiabá. Tiago Araújo, 32 anos, Paulo Weverton Abreu da Costa, 23 anos, Geraldo Rodrigues da Silva, 20 anos, e Clemilton Barros Paixão, também de 20 anos, foram sequestrados, por um grupo armado, na kitnet onde moravam. Tiago e Geraldo eram irmãos, Clemilton era cunhado deles e Paulo era amigo dos três.

No dia seguinte, familiares de duas vítimas procuraram a Polícia Civil e registraram um boletim de ocorrência pelo desaparecimento. Quatro dias após o desaparecimento, a Polícia Civil recebeu informações de que um morador do Jardim Renascer teria suposto envolvimento com o sumiço das vítimas.
 
A investigação da DHPP apurou que as vítimas foram cruelmente mortas – sofreram decapitação, amputação dos dedos e uma delas foi atingida por um disparo de tiro no peito. Outras duas foram mortas com disparos na nuca.

Após quase dois anos de investigação, a DHPP deflagrou na manhã desta terça a operação que visa cumprir mandados de prisões. Até o momento, três pessoas estão foragidas.
 
Embora os corpos das quatro vítimas ainda não tenham sido localizados, a Polícia Civil afirma que as investigações conseguiram provas cabais do assassinato dos quatro homens.
Leiagora

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