Opinião

Tristes e pobres filhos, os quatro zeros de Bolsonaro

Jair Renan é obrigado a engolir o que disse

O único que ainda não entrou na política, o estudante e empresário Jair Renan, o Zero Quatro, filho do casamento de Bolsonaro com a advogada Ana Cristina Valle, foi obrigado pelo pai a dar por não dito o que dissera há dois dias em conversa com um amigo em podcast que carrega seu nome.

“Meu pai me prendia muito, fui conhecer o mundo de 16 para 17 anos, [antes era] só desavença, só brigava comigo, só fazia merda também. Até hoje, tive oportunidade de fazer muita merda, não perdi nenhuma! Hoje sou mais centrado. Hoje em dia vejo o exemplo que ele e minha mãe queriam dar para mim”.

“Minha mãe me bate e ele faz terror psicológico. Eu prefiro que me bata do que faça minha cabeça, falar no meu ouvido. Aquilo que eu fico duas semanas pensando no que ele falou. […] Depois que terminou o casamento com meu pai, minha mãe foi morar fora. Fiquei cinco ou seis anos com meu pai. Hoje moro com ela”.

Ao ter que engolir seu desabafo, ele postou nas redes sociais uma fotografia com o pai (“Olha a cara do homi kkkk. Almoço com meu coroa”) e um vídeo onde leu a nota que lhe deram para ler:

“Venho por meio desta nota declarar minha indignação sobre os fatos que a mídia vem lançando principalmente nesta última sexta-feira, onde pegaram uma fala minha isolada e sem contexto para denegrir a minha família e a minha criação.”

“Que fique claro que nunca sofri pressão psicológica de meu pai e, que sempre que necessário como filho, se precisar correção com vara como diz a Bíblia, eu não deixarei de ser filho, meus pais tem todo o direito outorgado por Deus para me corrigir.”

 
 

“Honro meus pais como diz a Bíblia, isso a mídia lixo não falou que eu disse que os filhos devam honrar seus pais, por esse motivo torno a dizer que essa mídia sem escrúpulo, mentirosa não passa de instrumento do Diabo. Não sou eu que digo e sim a Bíblia”.

Em livro recém-lançado pela editora Companhia de Letras, “Sem máscara: O governo Bolsonaro e a aposta pelo caos, o jornalista Guilherme Amado conta que no início do governo o senador Flávio Bolsonaro, o Zero Um, confidenciou a um amigo que temia que seu irmão Carlos, o Zero Dois, matasse o pai e se matasse.

Carlos é o mais problemático filho de Bolsonaro. Quando tinha 17 anos, o pai o lançou candidato a vereador no Rio para derrotar sua mãe, Ana Cristina do Valle, mãe também de Flávio e de Eduardo, que tentava se reeleger vereadora. Carlos se elegeu, a mãe, não. Ela o perdoou mais tarde.

Ricardo Noblat é jornalista

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