Opinião

Planos perfeitos

Wilson Carlos Fuáh 

A vida pulsa lá fora, carros e motos se enfrentam em busca dos pequenos espaços, e pelas janelas das casas, ficamos assistindo o processo que cada morador desta cidade assume como integrantes deste teatro da vida, e cabe a cada cumprir os seus pactos sociais e sabendo que a lenda pessoal é individual, pois ninguém pode viver a sua vida para você. 

A cada amanhecer o novo dia  nos chamam para escrever mais uma página da nossa história, sabendo que cada um de nós temos um lugar reservado em  busca da  sobrevivência neste mundo competitivo, sabendo que as vitórias são reservadas para aqueles que não desiste nunca, e com o olhar voltado pelas ruas e avenidas desta cidade, vemos a realidade dura das filas de ônibus, dos hospitais sem leitos, das contas estouradas, da corrupção em todos os níveis.

A realidade é muito dura para aquelas pessoas que não foram “bem nascidas”, e cabe a cada um, buscar o seu lugar ao sol, cada uma com as suas possibilidades de sucesso ou de fracasso, as opções existem para todos, e cada um segundo a sorte, mas todos nós temos em mãos as ferramentas sociais para construir a nossa história, devemos seguir passo a passo,  subindo degrau por degrau, limpando cada gota de suor ou de lágrimas, e de tijolo em tijolo vamos construindo nossas histórias,   pois devemos saber que  não existe prosperidade sem trabalho.

Na vida não existe plano perfeito, pois o acaso produz muitas “surpresinhas”, e são elas que nos reservam os acontecimentos agradáveis e as vezes até desagradáveis, e são delas que tiramos algumas coisas úteis se existir. 

Algumas pessoas até pensam que vida perfeita seria monótona, porque não daria a possibilidade de exercitar a disputa e as concorrências em busca do sucesso e das  vitórias, e as vezes temos que aceitar e aprender com as derrotas, pois o importante é saber que a monotonia abre a possibilidade de impor-nos uma  vida escravizada de rotinas e que fatalmente  nos levará ao tédio.

Na verdade o ser humano gosta de emoções fortes, por isso, somos  adeptos da espontaneidade, assumindo cada momento com as devidas emoções: se tivermos que chorar que deixe as lágrimas rolarem;  ou se tivermos que  sorrir, que sejamos condenados a viver de alegrias e que possamos dar gargalhadas até a barriga doer, por isso, devemos aceitar os fatos e viver intensamente cada momento, e o futuro deixa para o amanhã nos presentar, pois ninguém vive do que ainda não aconteceu.

Viver é saber equilibrar o que é possível e principalmente saber a hora certa de acionar o nosso interruptor para descomplicar do sistema de simplificador da vida e  principalmente especializar em não repetir os erros e principalmente nunca andar em círculos.

As pessoas esquecem que não existe felicidade plena na sua pequena existência. Muitas ficam a correr atrás de coisas materiais perecíveis, muitas pessoas acreditam que o seu corpo é um cárcere, e por isso, são prisioneiras de si mesmas, e não procuram quebrar as rotinas, e por isso, nunca terão a liberdade básica para buscar a verdadeira felicidade, sabendo que durante a vida, ocorrem  transformações com o nosso consentimento ou sem ele, com o nosso querer ou não querer, na realidade não somos donos dos nossos destinos.

A insatisfação humana é permanente, e por isso, especializamos em explicar e justificar os nossos erros, sempre precisamos de desculpas para tentar explicar os dias passados e às vezes perdemos tempo, atrapalhando os novos projetos, o tempo não espera por ninguém, se não dermos o primeiro passo, podemos até deixar que a esperança se despeça de nós, por isso, devemos entender que  só o dia seguinte tem o grande poder renovador da nossa existência, por isso não devemos desistir nunca.

Wilson Carlos Fuáh é Especialista em Recursos Humanos e Relações Sociais e Políticas.

RepórterMT

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