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Prefeito de Kiev admite que cidade está cercada, mas diz que ucranianos são fortes

Vitali Klitschko disse que Kiev está perto de “uma catástrofe humanitária” e que a “infraestrutura para receber remédios e comida foi destruída”. Civis foram armados, mesmo em meio a relatos de infiltrados russos na cidade.

Vitali Klitschko, prefeito de Kiev — Foto: REUTERS

Enquanto as tropas russas cercam a capital da Ucrânia, Kiev, o prefeito da cidade diz que sente orgulho de seus cidadãos, mas não sabe por quanto tempo conseguirão aguentar a pressão russa. Em entrevista para a agência de notícias Associated Press (AP) neste domingo (27), depois de uma noite de ataques russos nos arredores da cidade, ficou em silêncio por vários segundos quando perguntado se havia planos para evacuar civis caso as tropas russas consigam tomar a cidade, até finalmente admitir: “Não temos como fazer isso porque todas as saídas estão bloqueadas. No momento, estamos cercados”.

Inicialmente, quando as tropas russas invadiram a Ucrânia, na última quinta-feira (24), a cidade de mais de 2,8 milhões de habitantes reagiu com preocupação, mas com um sentimento de segurança. As pessoas começaram a se preocupar apenas quando lojas e mercados começaram a fechar as portas e sistema de metrô da cidade, conhecidamente profundo, foi oficialmente transformado em abrigo contra bombas. O prefeito, Vitali Klitschko, confirmou à AP que nove civis em Kiev já foram mortos, incluindo uma criança.

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Um toque de recolher foi ordenado por Klitschko e começou no por do sol do último sábado (26) e não deve terminar antes da manhã de segunda-feira (28). As ordens diziam claramente que qualquer pessoa não-autorizada encontrada nas ruas da cidade seria considerada um infiltrado russo. “Estamos caçando os infiltrados e será muito mais fácil fazer isso sem ninguém nas ruas”, explicou Klitschko, acrescentando que alguns russos já foram mortos na cidade na noite de sábado (26).

Nos últimos dias, de acordo com a AP, longas filas de pessoas – tanto homens quanto mulheres – foram formadas para coletar armas em diversos pontos da capital depois que autoridades decidiram distribuir armamentos livremente para qualquer um disposto a defender a cidade. Havia preocupações, no entanto, sobre armar civis nervosos e sem treinamento militar enquanto relatos davam conta de que infiltrados russos estavam se passando por policiais e jornalistas ucranianos. “Para falar a verdade, não temos 100% de controle,” afirmou Klitschko. “Nós montamos essa linha de defesa muito rapidamente, essas pessoas são patriotas. Agora, a nossa única prioridade é defender nosso país,” acrescentou.

Respondendo a perguntas sobre a capacidade da cidade de repor estoques de comida e remédios, Klitscho demonstrou preocupação. “Nós estamos a beira de uma catástrofe humanitária. Agora, temos eletricidade, água corrente e aquecimento nas nossas casas. Mas a infraestrutura para recebermos remédios e comida foi destruída”.

Associated Press

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