Opinião

É preciso acelerar a vacinação.

As longas filas de pessoas com sintomas gripais em busca de testes para detectar se foram acometidas pela covid-19 se tornam cada vez mais comuns neste começo de 2022. É grande também a taxa de resultados positivos, indicando que o coronavírus se espalha com velocidade em nosso estado, o que se traduz em aumento significativo no número de casos registrados pelos órgãos oficiais. No entanto, também é perceptível que a nova onda de infecções tem trazido sintomas mais leves da doença, graças ao efeito protetor das vacinas.

À medida em que a campanha de vacinação começou a acelerar em Mato Grosso, a ocorrência de mortes por covid-19 diminuiu. Após atingir a média de 70 mortes ao dia por covid-19 em abril, o número de óbitos começa a reduzir na segunda metade de maio, quando pouco mais de 7% dos mato-grossenses já havia tomado as duas doses.

A curva de óbitos se acelera para baixo à medida em que a vacinação aumenta. Em agosto de 2021, a média de óbitos diários caiu para 22. Naquele mês, o estado rompeu a marca de 20% da população vacinada com as duas doses.

Mato Grosso passou a viver os dias mais tranquilos da pandemia quando atingiu a marca de um terço da população imunizada, em outubro. Naquele mês, a média diária de mortes por covid-19 caiu para 4. No mês seguinte, a covid-19 matou uma média de 2,36 pessoas ao dia. Pela primeira vez, o estado conseguiu atravessar um dia sem registrar mortes, o que trouxe à população a esperança de dias melhores.

Em dezembro, já com quase 60% da população imunizada, a média de mortes por dai caiu para 1,77. No entanto, o ritmo de vacinação também começou a reduzir. Apesar de haver vacinas disponíveis para toda a população acima de 12 anos, a taxa de vacinas aplicadas por semana despencou para a faixa de 80 mil doses em dezembro. Dois meses antes, a quantidade de vacinas aplicadas por semana era quase o dobro.

A chegada da variante ômicron ao Brasil e a grande movimentação de pessoas para as festas de final de ano fez surgir uma nova onda de infecções a partir de janeiro. Mais contagiosa que as demais cepas do coronavírus, a ômicron se espalha rapidamente e levou o estado a registrar mais de 2 mil casos por dia. Apesar disso, o número de óbitos segue menor do que durante o auge da segunda onda, quando também eram registrados 2 mil casos ao dia. A média de óbitos em janeiro está em 4,35, muito abaixo das 70 mortes diárias registradas em abril.

Ainda resta cerca de 1,3 milhão de mato-grossenses desprotegidos contra a covid-19, por não tomarem a segunda ou a primeira dose. É urgente que as prefeituras trabalhem para localizar os cidadãos que não receberam a segunda dose, mesmo que tenham que busca-los em casa, para reforçar a imunização. A ômicron pode até provocar casos menos graves entre os vacinados, mas sua enorme capacidade de infecção a faz chegar rapidamente até os desprotegidos. Só as vacinas podem impedir que Mato Grosso viva novamente os horrores do colapso do sistema de saúde, que custou tantas vidas durante a segunda onda.

EstadãoMT

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *