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Pernambuco: fazendeiro encontra Meteorito que veio de Marte

O Brasil tem mais um meteorito, e dessa vez, um bem especial. A rocha encontrada em 2019 em Pernambuco veio de Marte. A informação foi publicada no último domingo (31) na página do Meteoritical Butletin Database (Metbull) da Sociedade Meteoritica.

Entrada para o meteorito Socorro no Metbull. Reprodução: The Meteoritical Society

A história

Segundo o Metbull, o meteorito foi encontrado na zona rural de Socorro, em Pernambuco, por um fazendeiro que cortava mato em 2019. A rocha era estranha, diferente das outras e, por isso, guardou-a pensando que poderia ser um meteorito.

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Após a queda do meteorito Santa Filomena, em agosto de 2020, o fazendeiro, que não quis se identificar, percebeu que era realmente um meteorito e o enviou para um parente em Miami, nos Estados Unidos. Ele foi comprado por Michael Farmer, um comerciante de meteoritos que, logo depois, vendeu toda a massa a um colecionador anônimo.

O meteorito, com 4,474 kg, recebeu o nome de Meteorito Socorro, em referência à cidade onde ele foi encontrado. É o segundo meteorito marciano encontrado no Brasil. O primeiro foi o Governador Valadares, achado por um garimpeiro em 1958, na cidade mineira de Governador Valadares. Este tinha apenas 158 g de massa e foi classificado como Nakhlito, um outro tipo distinto de meteorito marciano.

Fragmento do meteorito Governador Valadares de 1958. Créditos: Jay Piatek

Polêmica

A divulgação do novo meteorito pelo Metbull gerou uma certa polêmica na comunidade astronômica brasileira. O fato dele ter saído do Brasil sem que ninguém sequer soubesse de sua existência não agradou a ninguém e muitos voltaram a defender que uma lei deveria ser criada para evitar que isso ocorra.

Provavelmente, já prevendo a polêmica, tanto o descobridor quanto o comprador do meteorito preferiram ficar no anonimato, e o comerciante, Michael Farmer, informou que não estava autorizado a divulgar as fotos do meteorito.

Algumas pessoas da área acreditam que deveria haver uma lei que impedisse a exportação dos meteoritos antes que ele fosse estudado e classificado por cientistas brasileiros. Outros acreditam que qualquer intervenção estatal nesse processo poderia desmotivar as pessoas a procurarem e, principalmente, a informarem as autoridades quando encontrassem um meteorito.

O tema é polêmico e, se a opinião deste colunista conta algo, penso que precisamos de investimentos na ciência da meteorítica muito mais que leis para regular o comércio de meteoritos. Se fosse mais simples e vantajoso vendê-los para uma instituição brasileira, dificilmente alguém iria atrás de negociá-los com estrangeiros.

Olhar Digital

 

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