Roteiros

Rondonópolis, uma cidade para se descobrir aos poucos. (Parte 02)

Casa de Adobe e madeiramento Roliço, saída para Poxoréu, antes do anel viário

Vanderley Batista de Souza, poxoreuense de nascimento chegou em Rondonópolis ainda criança em 1955, juntamente com sua família, que adquiriu uma área de terra, próximo às margens do córrego Lageadinho, um pouco antes de chegar à Vila Operária. Ali a família Souza construiu em 1964 uma pequena casa de adobe (barro misturado e amassado com os pés, até formar uma massa homogênea), coberta com telhas comum (de barro) e madeiramento de madeira roliça cortada nas proximidades. Moramos nessa casa, até o fim do ano de 1999.

Meus pais Militão e minha mãe Maria, criaram aqui os oito filhos, relembro dos tempos que aqui era apenas cerrado, tínhamos muito sossego e tranquilidade, disse seu Vanderley, estampando no rosto, um largo sorriso.

Quem passa pela avenida bandeirantes rumo à Poxoréu, bem próximo ao anel viário, muitas vezes nem percebe aquela casinha, hoje abandonada e nem sabe quantas histórias foram vividas entre aquelas quatro paredes.

Casinha de tijolo comum, rua São José Com Dep. Emanoel Pinheiro V. Operária

Joaquim de Souza Brito, veio morar na região do macaco município de Rondonópolis, em 1942, onde trabalhava na lavoura, formou família com dona Clara. Em 1970, precisando educar os 10 filhos do casal, seu Joaquim comprou em 1952 da senhora Geni, apelidada de Véia Baiana, uma casa que fica na esquina das ruas Emanoel Pinheiro com a rua São José, no centro da Vila Operária. A pequena casa de tijolos à vista e o telhado desabando, com portas de madeira maciça, está em estado de abandono. A velha construção resiste bravamente a ação do tempo. Uma pena que mais cedo ou mais tarde será demolida para acompanhar o progresso regional. A antiga casa, onde morou a família do senhor Joaquim de Souza Brito, poderia e deveria ser tombada pelo Patrimônio Histórico. Assim, como a casinha de adobe, a os poucos a história da cidade e da sua gente vai se evaporando. Um povo sem história é um povo sem memória.

Prédio onde funcionou o Cine Meridional e a Panificadora Pão gostoso.

Quem passa pela avenida Marechal Rondon, já próximo da ponte sobre o rio Vermelho não observa a chaminé de tijolos cru, já quase encoberta pelo mato e por plantas trepadeiras, ela funcionava como chaminé do forno a lenha da antiga padaria Pão gostoso fundada em 1964 por Juracy Teixeira de Souza, no antigo prédio onde funcionou o Cine Meridional.

A padaria Pão Gostoso foi a maior e mais moderna, da sua época, vendia Quindins Broas, e todo tipo de guloseimas, um sonho visionário do Juracy, que montou um estabelecimento além do seu tempo, em uma cidadezinha poeirenta às margens de um rio cor de sangue.

Essa cidade era frequentada por garimpeiros, fazendeiros, jagunços de todos lugares do Brasil.

Hoje o velho prédio onde funcionou por muitos anos o principal centro de diversões da cidade, onde a sociedade local corria para assistir grandes produções do cinema mundial, como Spartacus, Tróia, Os Dez mandamentos e tantos outros, até os indefectíveis faroestes, preferidos pelas crianças.

Da redação

Fotos: JC Garcia

 

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