Inesquecíveis peruas brasileiras: Fiat Elba

Derivada do Uno, ela fez do espaço interno, para passageiros e bagagem, e do preço, seus principais atrativos

A Fiat enfileirou três peruas pequenas que fizeram bonito por incríveis quatro décadas, entre 1980 e 2020. Entre a Panorama, da família 147, e a Weekend, da família Palio, esteve a Elba, da família Uno.  

Apresentada em 1985, chegou às concessionárias em 1986, e, das três, foi a que teve concorrência mais pesada, já que a Panorama dominou o pedaço nos primeiros anos, em que tinha como única concorrente a Marajó, e a Weekend reinou totalmente sozinha nos últimos anos. A Elba encarou Marajó e Ipanema, da GM, e principalmente a Parati, da Volkswagen.   

Com menos apelo esportivo que a Parati – sobre apelo visual cada um tem seu gosto, mas sem dúvida tinha um design mais sóbrio – a Elba ficou gravada na memória do Brasil mais pelo impeachment do presidente Fernando Collor – que foi deflagrado pela compra com um cheque fantasma do carro – do que pelo seu desempenho nas ruas e concessionárias.  

Embora levasse algumas desvantagens em relação à concorrência, a Elba garantia sua faixa de público – além daquela que é fiel à marca e ponto final – por dois fatores importantes: preço, fundamental para carros voltados à classe média, e espaço, chamariz-chave em se tratando de peruas.  

Apesar de ser menor que a concorrência (em comprimento), tinha o maior espaço para bagagem de uma perua nacional, 847 litros entre o assoalho e o teto, mais que o dobro disso com o banco traseiro rebatido.  

A primeira fornada saiu nas versões S, com motores 1.3 de 57cv, e CS, com um 1.5 de 71cv, sempre a álcool ou gasolina (lembrando aos mais jovens e aos velhos esquecidos que os motores flex só foram lançados no século XXI).  

Em 1990, ano em que a Parati veio reestilizada e a GM lançou a Ipanema, derivada do Kadett, a Fiat reagiu com a Elba de quatro portas e com o motor 1.6 de 88 cv, além uma renovada na frente, com faróis mais estreitos.

Vieram mais alguns aperfeiçoamentos, como o motor 1.5 com injeção eletrônica, e depois o 1.6 com injeção eletrônica, mas nada que tenha feito da Elba uma campeã de vendas até sua produção ser descontinuada, em 1996.