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STJ investiga possível propina de R$ 1,5 milhão no caso do padre Robson


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Padre Robson de Oliveira Pereira
Arquivo/Afipe

Padre Robson de Oliveira Pereira

Nesta terça-feira (09), o Superior Tribunal de Justiça (STJ) deve receber ainda hoje do Judiciário de Goiás , inúmeras interceptações telefônicas, áudios de whatsapp e outras provas sobre o caso do padre Robson de Oliveira Pereira , acusado de desviar o dinheiro de doação dos fiéis. As informações foram apuradas pelo Metrópoles. 

A corte superior ficará encarregada de revisar todas as provas e inclusive, julgar todas as denúncias que foram apresentadas. Tal ação ocorrerá se o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás ( TJGO ), não tiver mais o poder de definir o andamento do processo, de forma definitiva. A possibilidade seria confirmada se fosse encontrada a confirmação do pagamento de propina de R$ 1,5 milhão a desembargadores que decidissem a favor do pároco. 

Nesta terça (09), a juíza Placinda Pires disse estar cumprindo a ordem do ministro Benedito Gonçalves, do STJ. Ele é representante das ordens jurídicas decretadas no âmbito da Operação Vendilhões , criada contra o padre pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO), em agosto de 2020. “Os processos já remetemos”, declarou Pires, que é responsável pela 1ª Vara dos Feitos Relativos a Delitos Praticados por Organização Criminosa e de Lavagem ou Ocultação de Bens, Direitos e Valores da comarca de Goiânia. 

O cartório que trabalha junto com a vara judicial, irá precisar do auxílio da equipe de informática do TJGO para conseguir enviar todo o material necessário para o caso ao STJ. “Ontem [segunda-feira], estávamos com problemas para remeter as mídias”, explicou a juíza. 

“[São] as mídias audiovisuais. O resultado das interceptações, dos espelhamentos dos celulares e de outros equipamentos eletrônicos”, afirmou ela. “Muito material. Inúmeras mídias”, asseverou. 

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Os inúmeros arquivos são referentes ao suposto desvio de dinheiro de doações de frequentadores da igreja para a Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), que teoricamente, eram fundos destinados ao novo Santuário Basílica de Trindade, que teve suas obras iniciadas em 2012 e tem apenas 17% do projeto feito. 

Segundo a juíza, nem mesmo um malote digital aguentou a quantidade de arquivos que serão usados como provas. “Mas estão sendo remetidas, estão indo. Estamos procurando a melhor forma. Hoje espero resolver essa questão”, afirmou ela. 

Com grande quantidade de provas e remessa de processos, a responsabilidade do STJ para o andamento do caso aumenta e não ficará limitada em apenas ao julgamento de recursos de ação criminal contra o padre. O STJ também cuida do andamento das investigações que tenta descobrir a possível propina aos desembargadores, que foi revelado por uma conversa gravada entre o religioso e o advogado Cláudio Pinho. 

“Se constatado o suposto envolvimento dos desembargadores em corrupção nas decisões da Vendilhões, a competência se deslocará para o STJ julgar todo o caso”, afirmou a juíza. “Só se houver provas de corrupção na própria Vendilhões, haverá conexão que justifique a mudança da competência”, continuou. 

Segundo a magistrada, os processos devem voltar ao Judiciário goiano se as suspeitas de corrupção se restringirem ao caso da fazenda. 

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