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RJ: ‘Ele acabou com a vida da minha família’, diz irmã de vítima de feminicídio


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Priscila Ferreira, tinha 35 anos e foi assassinada a facadas
Reprodução/ Redes Sociais

Priscila Ferreira, tinha 35 anos e foi assassinada a facadas

 Um relacionamento que começou na adolescência, não teve continuidade, mas um reencontro anos depois transformou o amor em tragédia. Priscila Ferreira, de 35 anos, foi assassinada a facadas pelo ex-namorado, Rone Vicente de Macedo, de 42 anos, na manhã do último sábado, dia 6, dentro de casa, no bairro Itaipú, em Belford Roxo, no Rio de Janeiro .

A vítima de feminicídio deu fim à relação duas semanas antes do crime, mas o ex-companheiro não aceitava o término, segundo a família, e tentou de todas as formas que reatassem. Conforme a irmã da jovem, Suelen Ferreira, a mulher foi surpreendida pelo ex-namorado por volta das 5h e foi torturada até ser morta por volta das 10h.

Vizinhos viram o homem chegando com uma sacola na rua da ex-namorada, que era sem saída, e ouviram os gritos de desespero da vítima durante a sessão de tortura. Ele degolou Priscila ao perceber que uma das vizinhas entrou na residência e, logo, se feriu com a mesma faca no pescoço.

O homem foi levado ainda com vida, sob custódia, por uma equipe do 39° BPM (Belford Roxo) para Hospital Municipal de Belford Roxo. A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) investiga o caso. A arma do crime foi recolhida próxima ao corpo da vítima, que era viúva e tinha um filho de 10 anos.

Priscila foi sepultada neste domingo, dia 7, no Cemitério Jardim da Saudade, em Mesquita, em uma cerimônia que contou com parentes e amigos próximos. Recentemente, ela começou a trabalhar em um depósito de veículos da prefeitura municipal, além de ter um campo de futebol que administrava após a morte do marido, há quatro anos, vítima de infarte fulminante aos 38 anos. A família não se conforme com o crime.

“A Priscila era guerreira, muito forte por ela e pelo filho. Ajudava a minha mãe, cuidava dos enteados. Ela trabalhava de dia na prefeitura e, à noite, no campo de grana sintética. Ela era tudo para gente, era o pilar da nossa família. Ele não tirou só a vida dela, acabou com a vida da minha família. Ela pagou com a própria vida a bondade dela. Terminou com ele há duas semanas, mas nunca imaginou que ele pudesse matá-la. Nem a gente imaginava isso”, diz Suelen.

Tortura e marcas defesa pelo corpo

Priscila e Rone se conheceram na adolescência e tinham muitos amigos em comum. Na época, ele estava noivo e isso impediu de ficarem juntos. Há um ano, eles se reencontraram, começaram a se encontrar e, aos poucos, assumiram a relação. Mas o namoro durou menos de seis meses, após uma briga com agressão verbal e física, que terminou com o roubo do carro da vítima e um registro de ocorrência na polícia.

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Uma semana depois do crime, o veículo foi devolvido pelo ex-namorado, que pediu desculpas e tentou reatar. A mulher perdoou e aceitou que voltassem a se encontrar, mas não a namorar. Ela pediu para que a família aceitasse as desculpas dele porque tinha medo que a história fosse além, já que morava em uma comunidade e ficou com medo de alguma retaliação contra o ex-namorado.

No entanto, um mês depois, ela percebeu que não sentia mais amor pelo homem e resolveu dar um ponto final em definitivo. Irmã mais nova de Priscila, Suelen conta que a vítima enviou mensagens explicando por que decidiu terminar e até buscando “manter a amizade”.

Mas a proposta não foi aceita pelo ex-namorado. No dia do feminicídio, ele perguntou por WhatsApp se a mulher estava em casa e com quem. Ela disse que estava sozinha, porque o foi para casa da avó. Para a irmã de Priscila, ele planejou a execução e aproveitou a ausência do menino para colocar o plano em prática.

Suelen afirma que encontrou um galão com cinco litros de gasolina em uma sacola retornável, escondida na máquina de lavar da casa da irmã. Segundo ela, vizinhos disseram que viram Rone chegando com uma sacola pesada na madrugada de sábado. Ela acredita que a intenção dele seria de colocar fogo na irmã ou na casa. A vítima tentou se defender das agressões . No corpo, haviam hematomas nas pernas, cortes nos braços, inclusive um profundo no antebraço.

“Foi tudo planejado. Ele deixou o carro longe e chegou andando na casa da minha irmã, por volta das 5h. Os vizinhos o viram com uma bolsa pesada, mas não o viram pulando a casa. Achamos que ele pegou uma chave reserva dela, que sumiu na semana passada. Ele a torturou das 5h às 10h, só degolou na hora que a vizinha entrou, depois de tantos gritos. Ela não esperou a polícia chegar e foi lá. Quando chegaram, ele terminou de matar ela, se feriu e fingiu que ambos tinham sido atacados por uma terceira pessoa”, diz Suelen, que complementa:

“Ela estava viva quando a vizinha chegou, mas morreu logo depois. Caso ninguém tivesse entrado na casa, ele tinha colocado fogo nela. Encontrei cinco litros de gasolina. Ela nunca levou um galão para casa. Quando cheguei na casa, ela estava morta e sendo levada para o IML”.

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