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Documentário e lives dão visibilidade à identidade cultural do Quilombo Pita Canudo


A voz e a história dos quilombolas e seus quintais serão reverberadas com a produção de um documentário selecionado no edital MT Nascentes da Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel-MT).  Em fase de edição e finalização, o projeto Quintais quilombola: memória e identidade cultural do Quilombo Pita Canudo programou ainda uma série de lives que terão início neste fim de semana. 

O documentário pretende expor o processo histórico de formação do quilombo, bem como as atividades realizadas em seus quintais, considerados espaços de construção da identidade cultural. O cultivo de plantas medicinais e hortaliças, a alimentação feita em fogões e fornos a lenhas, festas religiosas, brincadeiras e rodas de conversas, são algumas das atividades que fazem parte da memória da comunidade.

Denominado Pita Canudos devido ao hábito que os antigos possuíam de fumar em canudos de bambu, o quilombo está localizado no município de Cáceres, em Mato Grosso. Segundo relatos, seus fundadores são escravos que fugiram da região de Poconé e se abrigaram nessas terras no século XVIII. 

Atualmente os remanescentes do quilombo ocupam os bairros periféricos de Cáceres e da região. Desde 2013, quando foi certificado como comunidade quilombola pela Fundação Palmares, busca-se a titulação para reintegração do território aos remanescentes.  

De acordo com a proponente do projeto, Jocineide Catarina Maciel de Souza, o material ajudará a dar visibilidade aos quilombolas de Pita Canudos que vivem hoje a desterritorialização e o esquecimento.

“Com esse documentário, registraremos em voz e imagem e som da identidade quilombola. Buscamos valorizar a história, as tradições orais, a força da terra como cultivo e pertencimento, nas memórias orais de um povo”, destaca Jocineide.

Lives

Além de apresentar o projeto, as lives agendadas contarão com performances de poesia e narrativas de memórias dos quintais, da relação da mulher com a terra e da sustentabilidade das comunidades com a agroecologia familiar. 

Dentre as convidadas nas transmissões ao vivo, estarão a poeta Luciene de Carvalho, as professoras Walnice Aparecida M. Vilalva e Maria Elizabete N. de Oliveira, quilombolas, chiquitanas, e representantes dos coletivos de Mulheres Negras de Cáceres, Mulheres Pantaneiras e Guardiã de Sementes Criolas.

Todas as lives acontecem sempre às 16h e serão transmitidas pela página do Coletivo de Mulheres Negras de Cáceres no facebook (@coletivomulheresnegrascac) e no canal de YouTube do Programa de Pós-graduação em Estudos Literários da Universidade do Estado de Mato Grosso (PPGEL/UNEMAT). 

Confira a programação:

06/03: Apresentação do projeto e performance da poeta Luciene Carvalho

13/03: Narrativas e poesia sobre quintais – memória e identidade Cultural 

20/03: A relação da mulher com a terra – “Meu quintal é minha história é meu tesouro”

25/03: Os quintais como resistência e sustentabilidade das comunidades – Agroecologia familiar

03/04: Lançamento do documentário

Fonte: GOV MT

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